São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Schumacher vence quarto GP do ano e supera medo

CLÓVIS ROSSI
ANDRÉ LAHOZ

CLÓVIS ROSSI; ANDRÉ LAHOZ
ENVIADOS ESPECIAIS A MÔNACO

Depois de ter vencido ontem o GP de Mônaco como se estivesse dirigindo em uma tranquila rodovia do interior, o alemão Michael Schumacher fez uma surpreendente confissão: venceu também o medo de ter medo.
O piloto, líder do Mundial agora com 40 pontos, disse que chegara a Mônaco sem saber ao certo como se sentiria após os acidentes de Imola, que mataram Ayrton Senna e o austríaco Roland Ratzenberger.
"Eu queria me assegurar de que conseguiria continuar guiando normalmente. Eu me sinto feliz por ter conseguido dirigir sem pensar (no que aconteceu em Imola)", afirmou.
"Se eu não tivesse essa segurança, seria o momento de parar, porque significaria que eu estaria com medo", completou.
Medo, definitivamente, não é uma palavra que combina com o piloto da Benetton. Pelo menos não em Mônaco.
Ele quebrou o recorde das provas de classificação no sábado, saiu em consequência na pole position e na frente ficou todas as 78 voltas do GP.
Terminou o percurso no tempo de 1h49m55s372, o que representa a média de 141,690 km/h. É bem mais do que os 138,84 km/h que Ayrton Senna desenvolveu, também em média, para ganhar Mônaco no ano passado.
Tão cômoda como sua vitória de ontem, ficou a situação de Schumacher no Mundial de Pilotos, após sua quarta vitória em quatro GPs já disputados na temporada.
Agora, ele tem 30 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o austríaco Gerhard Berger (Ferrari), terceiro colocado ontem.
O brasileiro Rubens Barrichello (Jordan), que parou na 27ª volta, com problemas eletrônicos no carro, ainda é o terceiro, com 7 pontos, empatado com o inglês Damon Hill (Williams).
A vida de Schumacher acabou sendo facilitada, tanto na prova como no campeonato, pela rápida eliminação do finlandês Mika Hakkinen e de Hill.
Os dois tocaram seus carros logo após a partida, na primeira curva do percurso, a Sainte Devote. Hakkinen, que largara em segundo lugar, ficou fora no ato. Hill parou ainda na primeira volta, poucos metros adiante.
Hill era o segundo colocado no campeonato e Hakkinen o sexto, empatado com vários outros.
O brasileiro Christian Fittipaldi chegou a dar dez voltas, a partir da 24ª, como terceiro colocado, mas a caixa de câmbio quebrou na 47ª volta e roubou-lhe o prazer de subir ao pódio ou ao menos pontuar no circuito em que mais gosta de correr.
O inglês Martin Brundle (MacLaren) foi o segundo colocado. Fizeram pontos ainda, além de Berger, o italiano Andrea de Cesaris (Jordan), quarto colocado, o francês Jean Alesi (Ferrari), quinto, e o também italiano Michele Alboreto (Minardi), sexto.

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