São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Sul-iemenitas começam a armar civis para defesa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas do sul do Iêmen começaram a entregar armas para a população civil para reforçar as defesas de Áden, a capital do sul ameçada pela ofensiva das forças do norte.
"Se os nortistas não conseguiram uma vitória significativa nas próximas 48 horas eles podem perder esta guerra, porque estão vindo com todas as forças", afirmou um coronel do sul.
A guerra começou há 12 dias, após meses de conflito entre o presidente, Ali Abdullah Saleh (nortista) e o vice, Ali Salem al Baidh.
Os antigos Iêmen do Norte (regime militar), e do Sul (comunista), estão unidos desde 1990.
Milhares de estrangeiros já foram retirados da guerra civil.
Ontem os nortistas rejeitaram uma proposta de cessar-fogo feita pelo sul. "Isto não é aceitável para nós", disse o presidente do Parlamento, Abdullah al Ahmar.
Ele afirmou que no sábado um Scud atingiu Sanaa, a capital do norte. O míssil, o mesmo usado pelo Iraque na Guerra do Golfo (1991), não causou mortes.
Áden está sendo atacada em quatro frentes –duas ao norte, a leste e a oeste. O coronel sulista se diz confiante de que as tropas treinadas na Rússia possam resistir.
O presidente Saleh considera Baidh um rebelde contra o governo do Iêmen unificado. O vice acredita que Saleh quis usar a união de quatro anos como pretexto para anexar o sul.
Ontem, equipes da Cruz Vermelha Internacional e do Alto Comissariado da ONU para Refugiados visitou o campo Al Koud, no sul.
Lá, centenas de refugiados somalis da guerra de seu país morreram no fogo cruzado do primeiro dia da guerra, 4 de maio. Os corpos ainda não foram enterrados.
Elas afirmaram já ter pedido às forças nortistas, que controlam a região, para levar os somalis a lugares mais seguros.

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