São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Invitational fica abaixo da expectativa

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O leilão Invitational, um dos mais conhecidos de cavalos puro-sangue árabe, não conseguiu repetir a média do ano passado.
Dia 9 último, 42 animais trocaram de dono pela média de CR$ 10,4 milhões, ou 7.280 URVs. O faturamento atingiu CR$ 438,8 milhões (305.800 URVs).
Em 93, o pregão, anualmente promovido pelo selecionador Paulo Roberto Levy, de Jaguariúna (120 km ao norte de São Paulo), conseguiu média de US$ 17,1 mil por 39 animais.
A média deste ano, no entanto, superou a alcançada por Levy em 92, quando ele vendeu 37 cavalos por US$ 6,3 mil.
Segundo Luís Eduardo Moreira Caio, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Puro-Sangue Árabe (ABCCA), a média geral dos 800 cavalos da raça negociados em leilões em 93 foi de US$ 7,5 mil (leia abaixo).
O Invitational foi realizado no Palace (zona sul de São Paulo).
Para alguns criadores presentes no leilão, a qualidade dos animais colocados em oferta em 93 foi superior a deste ano e teve influência decisiva nos resultados.
Os criadores lembraram, ainda, que o cenário econômico hoje é diferente do de 12 meses atrás.
Eles explicam que o fato de o promotor do leilão vender os cavalos em dez parcelas mensais corrigidas pela URV deve lhe garantir um rendimento "quase real".
Em 93, ao contrário, "os preços explodiam no ato da compra", mas a inflação fazia com que despencassem meses depois.
A mesma explicação vêm sendo dada por organizadores de outros remates de gado de leite e cavalos de raça na atual temporada.
Os organizadores da Expozebu de Uberaba (MG), mostra de gado que terminou há oito dias, declararam-se satisfeitos com os US$ 4,5 milhões alcançados nos pregões. Os negócios foram em URVs.
A venda de animais por cotações millionárias não se repetiu no Invitational este ano. O lote mais caro, a potra Yankee Fable, saiu por 36 mil URV, valor próximo ao de um automóvel Citroen ZX Volcane importado.
Para se ter uma idéia, no Invitational 93, Levy conseguiu faturar US$ 187,7 mil somente com a égua Dyorah HCH. Esta quantia permite a compra de uma Mercedes-Benz SL 500.
Levy, proprietário do haras Capim Fino, em Jaguariúna, é um dos principais selecionadores de árabe do país.
Há vários anos, os títulos ganhos por seus cavalos em exposições garantem a ele o topo no ranking de criadores da ABCCA.
É esta condição que permite a Levy vender seus cavalos sem "defesa" no Invitational, segundo opinião de criadores de árabe.
As chamadas "defesas" aconcetecem quando o promotor do leilão está insatisfeito com o preço que o público oferece em determinado lote. Ele paga mais alto e leva o animal de volta para o haras.
O próximo leilão de cavalo puro-sangue árabe está marcado para segunda-feira próxima no Palace.
É o Morro Vermelho, Hafati, Canapuan, que tem à frente três empresários paulistas peso-pesados (Sebastião Camargo, Cláudio Bardela e Paulo Machado de Carvalho Filho).
Em 93, eles conseguiram média de US$ 8,12 mil na venda de 44 cavalos.
Para segunda-feira, Camargo, Bardela e Carvalho Filho selecionaram 45 animais em seus haras, segundo a empresa organizadora.

PRÓXIMO LEILÃO: Morro Vermelho, Hafati, Canapuan, dia 23 de maio, às 20h, no Palace, em São Paulo (SP). Tel. (011) 872-0420.

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