São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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"Os Flintstones" reproduz a magia do desenho

FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A ORLANDO

O filme "Os Flintstones" tem tudo para ser um sucesso no mundo inteiro: o desenho tem mais de 30 anos e continua sendo visto por 300 milhões de pessoas em 80 países em 22 idiomas diferentes.
Mesmo os fãs mais céticos vão se sentir tentados a conferir. E há uma grande chance de gostarem do filme. "Os Flintstones" é realmente muito bem feito e extremamente engraçado.
Essa não é a primeira vez que milhões de dólares são despejados na produção de um filme baseado em um desenho.
"Os Flintstones" custou US$ 45 milhões e segue uma trilha que começou com "Popeye" em 1980 –que foi o primeiro do gênero e falhou comercialmente. "A Família Addams" veio dez anos depois e fez um sucesso razoável. Arrecadou mais de US$ 100 milhões.
"Os Flintstones" é uma cópia do desenho feita com pessoas em carne e osso e bonecos computadorizados. Mas tem algo mais. É revestido de um humor atual e criativo.
O filme é baseado no desenho criado para a televisão por William Hanna e Joseph Barbera em 1960.
Fred e Vilma Flintstone formam um casal de classe média na "Idade da Pedra moderna" e são os vizinhos e melhores amigos de Barney e Betty Rubble.
Os quatro vivem na cidade de Bedrock no ano de 2 milhões antes de Cristo.
John Goodman ("Matinée"), no papel de Fred Flintstone, está melhor que o original. É mais troglodita que o próprio Fred.
Quando Steven Spielberg comprou os direitos para produzir o filme deixou claro que só aceitaria Goodman para o papel. Acertou em cheio.
Barney (Rick Moranis, de "Querida, Encolhi as rianças") e Vilma (Elizabeth Perkins) também estão perfeitos.
A única decepção é Betty. A gordinha Rosie O'Donnell (de "Sintonia de Amor") não tem nada a ver com o encanto da Betty do desenho animado.
As surpresas ficam para a atriz Elizabeth Taylor, que aparece como a mãe de Vilma em seu primeiro papel em 14 anos, e para os bonecos animados, como o dinossauro de estimação Dino.
Kyle MacLachlan ("Twin Peaks") e Halle Berry ("Febre da Selva") também estão no elenco e fazem um casal trapaceiro que usa a inteligência neandertalense de Fred para articular um golpe.
A história do filme é baseada em um dos temas que aparecem em vários episódios do desenho animado: o desejo atávico de Fred de ficar rico. É uma história comum como outra qualquer, mas tem um recheio delicioso.
Fred ganha um cargo executivo na empresa de seu eterno chefe, o sr. Slate, e tem uma secretária que se chama Sharon Stone (stone é pedra em inglês).
A mãe de Vilma diz que a filha deveria ter se casado com o sr. Firestone, "aquele que inventou a roda", e não com Flintstone (pedra dura).
Fred compra um novo triturador de alimentos, um porquinho "magrinho em folha", que vem dentro de uma caixa com isopores de proteção.
E o maior perigo para a cidade de Bedrock são os pássaros jurrássicos Picterodactos, que frequentemente fazem suas necessidades fisiológicas em pleno vôo.
O filme oferece algo mais que o desenho em várias outras ocasiões sem perder a identidade com o original.
O diretor Brain Levant, o mesmo de "Beethoven" (que arrecadou US$ 143 milhões), se diz um fã apaixonado dos Flintstones e fez todos os atores assistirem aos desenhos centenas de vezes.
Levant também foi o responsável direto pela criação dos cenários sensacionais e objetos rústicos que aparecem no filme, além de ter mantido todos os costumes dos personagens de Hanna-Barbera.
Fred, por exemplo, trabalha na mesma pedreira de sempre e joga boliche com a turma dos Búfalos d'Água. Só que tem como companheiros homens evoluídos, outros em processo de evolução e macacos que trabalham em troca de amendoins.
"Os Flintstones" entra em cartaz nos EUA no próximo dia 27 de maio.

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