São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994
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Novo embaixador quer encontrar candidatos

DE WASHINGTON

O novo embaixador dos EUA no Brasil, Melvin Levitsky, pretende marcar encontros com todos os principais candidatos à Presidência do país.
Ele chega a Brasília na próxima quarta-feira para assumir o cargo. Ontem, foi homenageado com almoço pelo embaixador do Brasil nos EUA, Paulo Tarso Flecha de Lima.
Levitsky não acha que sua tarefa vá ser mais difícil caso o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vença a eleição.
"Como o presidente Clinton já disse, para os EUA tanto faz quem ganhe. Pretendemos trabalhar bem com qualquer que seja o vencedor." Ele nunca se encontrou com nenhum dos principais candidatos à Presidência do Brasil.
O novo embaixador diz que pretende tratar o Brasil como se fosse um país da Europa, pelo seu tamanho e importância, e não prevê problemas na agenda bilateral. Acha que a área comercial vai particularmente bem.
Levitsky já trabalhou no Brasil, entre 1965 e 68. Foi cônsul em Belém e conselheiro político da embaixada em Brasília.
Depois, serviu como conselheiro político na embaixada em Moscou, foi chefe da seção do Brasil no Departamento de Estado, embaixador na Bulgária e secretário-assistente de Estado para questões de narcóticos.
O nome de Levitsky para ser embaixador em Brasília foi aprovado pelo Senado dos EUA na sexta-feira. Anteontem, foi empossado nas novas funções pelo subsecretário de Estado Strobe Talbot (em nome do secretário Warren Cristopher, que está viajando).
Uma das primeiras funções de Levitsky será recepcionar Talbot, que representará os EUA na Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos, marcada para Belém daqui a duas semanas.
Quando trabalhava em Moscou, Levitsky não conseguiu convencer o governo soviético a conceder visto de entrada a Talbot, na época jornalista da revista "Time", que cobria viagem do então secretário de Estado Henry Kissinger à Europa oriental.
Talbot, considerado "persona non grata" pela União Soviética, lembrou o incidente na posse de Levitsky e brincou: "Se ele não conseguir meu visto para ir a Belém, desta vez posso demiti-lo".

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