São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994 |
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São Paulo tem `banco de dados' genético
DA REPORTAGEM LOCAL Seis hospitais da região metropolitana de São Paulo estão armazenando informações genéticas dos recém-nascidos em suas maternidades para identificação em eventual troca.A técnica do DNA Scanner fundamenta-se na PCR (reação de polimerase em cadeia), procedimento científico que permite a identificação genética a partir de pequenas quantidades de material orgânico (sangue, saliva, fio de cabelo etc). O método PCR foi premiado em 1993 com o Nobel de Química. O médico paulista Luciano Barsanti, 38, adaptou o PCR à identificação de bebês ao conceber o DNA Scanner. "As técnicas disponíveis de identificação são inseguras, favorecem a troca de bebês", diz. O médico se refere às pulseiras atadas aos recém-nascidos nos berçários e ao teste do carimbo, no qual as impressões digitais são tiradas do pé do bebê e postas em ficha com a identificação da mãe. "As pulseiras muitas vezes se soltam e os carimbos costumam virar borrões", sustenta Barsanti. O médico afirma ter feito, nos dois últimos anos, levantamento de casos de troca de bebê ocorridos em maternidades nos Estados de Minas Gerais e São Paulo. "Constatei em delegacias e varas de família 78 casos escandolosos, entre os quais, meninos trocados por meninas e negros por brancos", diz Barsanti. No DNA Scanner, são retiradas gotas de sangue do cordão umbilical do bebê e do dedo da mãe. As amostras ficam armazenadas em baixas temperaturas durante cinco anos, para eventual mapeamento genético em caso de dúvida sobre paternidade. Os hospitais Modelo e Panamericano (São Paulo), Pereira Barreto (São Bernardo), Santo André e Brasil (Santo André) e Cruzeiro do Sul (Osasco) dispõem do método. Texto Anterior: COMO FUNCIONA O DNA SCANNER Próximo Texto: Hotel e baby sitters `libertam' pais Índice |
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