São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994
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Milan tem vantagem estatística sobre rival

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Na história da Copa dos Campeões, o Milan leva uma enorme vantagem estatística sobre o Barcelona. Já arrebatou a taça em quatro ocasiões –63, 69, 89 e 90.
Foi vice em 59 e em 93. O Barcelona apenas abocanhou o troféu de 92, foi vice em 61 e em 86. No confronto direto, porém, o time "blaugrana" da Espanha está bem à frente do "rossonero" da Itália.
No único choque direto anterior, nas oitavas-de-final da Copa dos Campeões de 1959/60, o Barcelona bateu o Milan na Velha Bota, 2 x 0, e arrasou o seu adversário no retorno da Catalunha, 5 x 1.
Nas últimas três temporadas o Milan se demonstrou implacável em casa, no seu campeonato nacional –mas uma quase lástima fora dela, nos vários jogos que disputou no continente e no planeta.
Depois do seu bi na Toyota Cup de Tóquio, sob a liderança de Arrigo Sacchi, em 89 e 90, com Fabio Capello, o Milan levantou o tri da Bota, entre 90 e 93 –e foi só.
Chegou, por exemplo, às semifinais da Copa dos Campeões em 91. Acabou eliminado, pateticamente, pelo Olympique Marseille, da França, num cotejo de exceção.
Em seu domínios, no Vélodrome Jean Bouin, o Olympique batia o Milan, 1 x 0, aos 39min da etapa derradeira, quando se apagaram as luzes do estádio. Em vez de esperar o retorno da energia, o Milan optou pelo protesto infantil.
Abandonou o gramado e recebeu da Uefa uma suspensão de um ano. Depois, em 1993, na decisão da mesma Copa dos Campeões, igualmente sucumbiu ao Olympique, 0 x 1, no campo neutro de Munique, Alemanha.
Enfrentou o São Paulo em Tóquio apenas porque a Uefa cassou o título do Olympique, envolvido num episódio de suborno e corrupção. Perdeu, porém, para o quadro de Telê Santana, 2 x 3.
Pior, hoje o treinador do Milan, o ex-meia Fabio Capello, não poderá contar com o seu capitão, o líbero Franchino Baresi, que o excesso de cartões amarelos relegou às arquibancadas.
A ausência de Baresi mutila e desorganiza a retaguarda do Milan, no papel a melhor da Europa, só 15 tentos concedidos em 34 pelejas. Sem Baresi, o mister Capello resolveu modificar o seu sistema habitual 1-3-5-1.
"Voltaremos ao módulo antigo", anunciou ontem Capello, o 4-4-2. Ocupará a posição do capitão o jovem lateral-canhoto Paolo Maldini.
Capello também não disporá de outros dois importantes jogadores de esquema: o volante Stefano Eranio, gravemente contundido, e o ala-armador Gigi Lentini, com quem o Milan gastou, em dois anos, cerca de US$ 40 milhões.
Em agosto, Lentini sofreu um terrível acidente automobilístico e, desde então, não mais retornou à forma que o transformou no atleta mais valioso da Itália.
Também não atuará o atacante francês Jean-Pierre Papin, que se indispôs com o treinador e já se transferiu ao Bayern Munique, um prejuízo de US$ 10 milhões.

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