São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Pesquisa reflete impaciência, diz Amaral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O diplomata Sérgio Amaral, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem ser "compreensível" que as pessoas estejam acreditando menos na eficiência do Plano Real.
Ele avalia que o resultado de pesquisa DataFolha, divulgada ontem, reflete um momento de impaciência natural por parte da população.
Segundo a pesquisa, entre março e maio, caiu de 52% para 24% a parcela dos paulistanos que consideram o plano bom para o país.
"As pessoas estavam acostumadas a choques, a medidas de resultado imediato. Esse plano é diferente. Há uma fase de transição em que a inflação continua e por isso existe uma compreensível impaciência da população por resultados", disse Sérgio Amaral.
Edmar Bacha, assessor especial da Fazenda, disse que não leu os resultados da pesquisa, mas comentou que "este plano –ao contrário dos anteriores– sai do inferno, passa pelo purgatório e depois vai para o céu. Os outros planos começavam dando o céu e acabavam dando o inferno. Estamos agora passando pelo purgatório, que é um momento necessário".
Sérgio Amaral acredita que, com a queda da inflação após 1º de julho, a repetição da pesquisa dará um resultado muito diferente, com um grande nível de aprovação em relação ao plano de estabilização.
O presidente da Febraban (Federação das Associações Brasileiras de Bancos), Alcides Lopes Tápias, disse ontem ser "natural que 43% da população avalie o plano como ruim".
Tápias disse que o resultado "demonstra que todos sempre esperam que uma medida divulgada hoje tenha resultado imediato".
"A maioria do povo ainda opera em cruzeiro real, que no dia-a-dia sofre uma perda significativa". Após o dia 1º de julho, Tápias disse acreditar que a opinião mude.

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