São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Conflitos de terra em 93 causaram 52 assassinatos, diz levantamento

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

No ano passado, 391.128 pessoas se envolveram em 545 conflitos de terra no Brasil.
Por causa das disputas no campo, 52 pessoas foram assassinadas, houve 37 tentativas de homicídio e 154 pessoas sofreram ameaças de morte.
Esses dados fazem parte do livro "Conflitos no Campo – Brasil 1993", lançado na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio de Janeiro, pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), órgão da Igreja.
Constam do livro 15 quadros estatísticos relacionando os nomes das vítimas e os responsáveis por crimes ligados a conflitos de terra. As causas da violência no campo também são discutidas.
O livro traz uma análise crítica da atuação da Justiça no campo e uma cronologia dos saques a pontos de venda de alimentos feitos por milhares de camponeses do Nordeste.
As ocupações de terra, segundo a publicação, envolveram no ano passado 19.092 famílias, enquanto o número de trabalhadores escravos atingiu 19.940, em 15 Estados (incluindo o Rio).
A maior incidência de trabalho escravo, em cinco fazendas, foi registrada no Pará. A publicação denuncia também a violência contra índios.
Dentre os 154 ameaçados de morte, em 20 Estados, estão dirigentes sindicais, posseiros, agentes da CPT, religiosos e parlamentares do PT, uma juíza e um promotor.
O bispo dom Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia (MT), é um dos ameaçados. Também ameaçado, o padre Ricardo Rezende, pároco de Rio Maria (PA), esteve no lançamento do livro.

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