São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Morbidez invade as telas americanas

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

\<PW:Erramos,2.55139,0.885417\>Erramos: 19/05/94

O nome do ator Brandon Lee foi grafado incorretamente nesta matéria.
Morbidez invade as telas americanas
O filme "The Crow" (O Corvo), estrelado pelo ator Brandon Lee, está batendo recordes de bilheteria nos EUA.
Brandon Lee, filho do ator Bruce Lee, foi morto acidentalmente no ano passado com um tiro, que deveria ser de festim, durante as filmagens de "The Crow".
O filme rendeu US$ 11,8 milhões em uma semana nos EUA. A Miramax, reponsável pelo lançamento, informa que a renda inicial superou a de "Traídos pelo Desejo", seu recorde anterior.
A bilheteria de "The Crow" é superior à do filme "When a Man Loves a Woman", com Andy Garcia e Meg Ryan, que está há três semanas em cartaz e é o segundo filme com maior renda no momento (US$ 10,5 milhões).
"The Crow" conta a história de um cantor de rock assassinado que ressuscita para vingar sua morte. O filme ganhou destaque desde a morte do ator.
Outros dois filmes que tinham lançamentos previstos para este ano tiveram atores principais que morreram durante as filmagens.
O comediante John Candy morreu dormindo antes de completar as três cenas finais de "Wagon East", que será lançado com mudanças no script, e a morte de River Phoenix em novembro passado interrompeu indefinidamente o filme "Dark Blood".
As investigações iniciais concluíram que Lee foi morto acidentalmente quando a produção trocou as balas de festim por verdadeiras em uma das cenas finais.
A morte do ator não chegou a comprometer o lançamento de "The Crow".
As circunstâncias da morte de Brandon Lee poderão ser investigadas com a reabertura das investigações.
Uma fita de vídeo divulgada no início de maio por um membro da produção mostra que houve negligência em vários momentos diante de problemas encontrados nas armas utilizadas no filme.
Depoimentos de pessoas envolvidas nas filmagens têm revelado também que os atores e membros da produção de "The Crow" trabalharam por mais de 18 horas diárias nos dias que antecederam a morte de Lee, o que poderia ter aumentando o risco de acidentes.
Apesar de todos esses trâmites legais, o fato é que um certo fascínio percorre o público americano em relação a essa série de lançamentos
Não existe material mais quente na mão de um produtor de cinema americano do que ter o cadáver de um jovem nas mãos.
Exatamente o caso de Phoenix e Lee. Candy possui um outro tipo de apelo: o bonachão adorado por toda a família.
Mas isso não pode ser traduzido como uma tendência perversa da indústria de entretenimento americano. Com toda a certeza, a adoração ao herói morto é algo bem mais antigo que Hollywood.

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