São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994
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Juros devem cair até fim do ano, diz Fritsch

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Política Econômica, Winston Fritsch, disse ontem na Câmara que os juros devem cair até o final do ano, possibilitando a retomada dos investimentos.
"Com a queda da inflação, esperamos um cenário de redução das taxas de juros ainda em 94", afirmou Winston Fritsch, que falou sobre o Plano Real na Comissão de Economia, Indústria e Comércio.
É a primeira vez que um membro da equipe econômica prevê redução dos juros reais (acima da inflação).
Hoje as taxas brasileiras, acima de 30% ao ano, são recorde em termos internacionais.
Winston Fritsch fez a ressalva de que a queda nas taxas dependerá de uma estabilização efetiva da inflação. Em outras palavras, os juros só cairão se não houver tendência de alta inflacionária este ano.
Os juros altos têm três funções básicas no plano econômico do governo: desestimular vendas a prazo e o crédito, favorecer as aplicações financeiras e evitar especulação no mercado de dólar após a implantação do real.
Em compensação, provocam o crescimento da dívida pública interna e reduzem a atividade econômica.
Fica mais difícil para as empresas tomar dinheiro emprestado para investir.
Exportações
Fritsch disse também que não acredita que haverá queda das exportações após o real, devido ao congelamento provável do dólar.
"Chegaremos perto da meta de US$ 40 bilhões, que é muito otimista", disse.
Para o secretário, haverá um atraso "suportável" para os exportadores no valor do dólar, devido à inflação em real.
Assim, mesmo sem correção do dólar, os exportadores não sairão prejudicados.
"Esses cálculos de defasagem cambial não levam em conta o aumento de produtividade da indústria no ano passado", disse.
Segundo o raciocínio de Fritsch, a produção maior compensaria eventuais atrasos no dólar.
Fritsch não descartou, porém, a possibilidade de redução de impostos ao setor exportador, conforme intenção do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo.

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