São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994![]() |
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Críticas levam Telerj a modificar edital
ELVIRA LOBATO
A decisão foi anunciada anteontem à noite, depois que a Promon Eletrônica, associada à canadense Northern Telecom, protestou formalmente contra o edital e disse que só uma empresa no mundo poderia participar da concorrência. A Folha antecipou, dia 26 de abril, que o edital da Telerj exigia uma tecnologia que só a só a norte-americana Hughes (fabricante de satélites) havia desenvolvido. A única empresa instalada no Brasil que tem parceria comercial com a Hughes é a Alcatel (grupo francês associado a vários grupos nacionais, entre eles, o Itaú). O edital, que prevê uma encomenda inicial de 25 mil telefones (US$ 50 milhões) e um total de 40 mil, será substituído por um outro na próxima semana, segundo a estatal informou às indústrias. O sistema encomendado pela Telerj é para telefonia celular fixa e se destina ao município de Campos (297 Km ao norte do Rio). A estatal vai usar este sistema para atender a procura por telefones comuns, inédito no país. O primeiro edital pedia uma tecnologia digital que ampliasse no mínimo seis vezes a capacidade de utilização dos equipamentos de telefonia celular, em comparação com o sistema analógico implantado em São Paulo em 93. Com exceção da Hughes, todos os fabricantes só têm disponível a tecnologia que amplia em três vezes a capacidade de utilização do sistema celular, conhecida como TDMA-3. Há outra tecnologia em teste nos EUA (CDMA) que permite ampliar a capacidade até 20 vezes, mas ela só estará disponível em junho de 95. O prazo dado pela Terlerj para as primeiras entregas era dezembro próximo. Ontem à tarde, o chefe do departamento de projetos da Telerj, José Luiz Rivera, informou que o novo edital vai admitir outras tecnologias. A modificação do edital já era aguardada há quase um mês. A estatal disse que postergou a decisão porque não podia tomar a iniciativa antes que algum fabricante declarasse formalmente que estava excluído. Com o protesto da Promon e a troca do edital, o prazo da concorrência será postergado em mais 45 dias. Grandes fabricantes internacionais como a Ericsson, AT&T e NEC criticaram o edital quando foi lançado, em abril. Mas nenhuma delas formalizou o protesto. Para o usuário, o sistema celular fixo, pretendido pela Telerj, funciona como se fosse um telefone comum (as tarifas são as mesmas). A única diferença para o assinante é que os aparelhos, em vez de serem conectados às centrais telefônicas por fios, são ligados a antenas semelhantes às da TV UHF. As vozes são retransmitidas para grandes antenas, chamadas estações de rádio-base, que são ligadas às centrais telefônicas. Texto Anterior: Supermercados Unimar fazem contraproposta a interessados Próximo Texto: Novas lâmpadas ganham espaço Índice |
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