São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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PT lança candidatos em festa sem política Lula passa a noite dando autógrafos VINICIUS TORRES FREIRE
A festa estava marcada para 21h. A música parou quando Lula chegou às 23h05, com a mulher, Mariza. Por uma hora, o candidato deu autógrafos e abraçou e beijou eleitores e antigos colegas de sindicalismo. Cumprimentou efusivamente o compositor e cantor Chico Esperança, que lhe deu seu disco, "Tô com a macaca". As cerca de duas mil pessoas que foram à danceteria "Projeto Radial", na zona leste de São Paulo, pagavam CR$ 1,5 mil pelo chope e CR$ 1 mil pelo ingresso, com direito a show de Lecy Brandão e da banda Mistura e Manda. Depois da hora de autógrafos, Lula acompanhou a festa de um mezzanino, fumando charuto e bebendo chope ao lado de Mariza, Erundina, Dirceu e Fernando Gabeira. A mulher do candidato petista à Presidência dançava animadamente, sacudindo os braços, quando tocavam sucessos do grupo baiano Olodum. Erundina acompanhava batendo palmas. Quando Lecy tocou, de sua autoria, "Ô Zé, ô Zé, vem mostrar qualé", o público cantou e acenou para José Dirceu. O "Zé" candidato, Dirceu, sorriu amarelo e acenou sem graça. Um dos versos da música dizia "nunca vi tanta sujeira na elite brasileira". Uma trupe de palhaços, alguns em pernas de pau, anunciava a festa na rua. No meio da pista de dança, um deles cuspia fogo. Cabos eleitorais distribuíam santinhos e convites para festas de candidatos. Lula não quis falar de política –apenas gravou uma "mensagem ao povo", a pedido de um correspondente de um pequeno jornal de esquerda argentino. Os candidatos petistas trocaram discursos por acenos para o público. Suando e se dizendo muito cansado, Lula foi embora 0h45. Quinze minutos depois acabou o show de Lecy. Meia hora mais tarde a festa esvaziou. Texto Anterior: Collor foi derrotado em ação Próximo Texto: SOBE-DESCE Índice |
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