São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conforto dos jogadores dita a evolução

ANDRÉ FONTENELLE

A moda dentro dos campos evoluiu muito desde 1930, sempre no mesmo sentido: a obtenção de maior conforto para os jogadores.
Quem vê fotos e filmes dos anos 30 fica impressionado com o desconforto do uniforme dos atletas: chuteiras pesadas, joelheiras, camisas pouco resistentes ao suor e à chuva.
A evolução do material se acelerou nos anos 70, com a entrada no futebol das grandes marcas de artigos esportivos: tecidos sintéticos, com fios brilhantes; chuteiras leves e com desenho mais adequado ao chute.
Os goleiros foram os que mais evoluíram nesse aspecto. Deixaram de lado as joelheiras e cotoveleiras que lhes atrapalhavam os movimentos.
Uma revolução foi o uso de luvas. Ainda em 1970, o goleiro do Brasil, Félix, jogou sem luvas, coisa impensável nos dias de hoje.
O colorido também mudou. Os tons sóbrios do passado –como o preto que consagrou o soviético Lev Yashin, nos anos 60– foram trocados pelas espalhafatosas camisas atuais.
O uniforme dos árbitros também evoluiu muito. O terno e gravata e as calças compridas das primeiras Copas deram lugar a camisas e calções leves.
Para os juízes, a novidade da Copa de 94 será o fim do uniforme preto. Foram escolhidos o cinza, o amarelo e o fúcsia (tom de rosa).
(AFt)

ANOS 30
O uniforme é pesado e dificulta os movimentos dos jogadores. O material das camisas dura pouco. As meias são amarradas nas canelas, os calções descem até os joelhos. Alguns jogam com gorros ou bandagens na testa, como proteção

ANOS 50
As camisas do tipo pólo estão na moda. O uniforme é mais leve e confortável. Os números nas costas dos jogadores facilitam a identificação dos jogadores

ANOS 70
É a época das camisas de gola olímpica. Os materiais sintéticos são cada vez mais utilizados. Os calções são mais curtos. A partir da Copa de 74, o número do jogador deve ser estampado na frente do calção. Muitos jogadores abandonam as caneleiras e
jogam de meias arriadas

ANOS 90
Os uniformes das seleções ganham motivos estampados. Fios brilhantes tornam as camisas mais vistosas. Nas Copas, é obrigatório o número do jogador também na frente da camisa. Os calções ficam mais compridos. Alguns jogadores adotam bermudas de lycra, geralmente coloridas, usadas por baixo do calção para manter os músculos aquecidos. As meias arriadas são proibidas, para evitar contágio da Aids em um choque com hemorragia. O desenho das chuteiras é mais avançado

O GOLEIRO
ONTEM
Até os anos 60, o uniforme era sóbrio, frequentemente todo em cinza ou negro. Joelheiras e cotoveleiras, que tolhiam os movimentos do goleiro, eram comuns. Pouquíssimos goleiros usavam luvas

HOJE
Camisas espalhafatosas foram novidade na Copa de 90. Forro acolchoado substitui as cotoveleiras. O uso das luvas, cada vez mais perfeitas anatomicamente, se universalizou

O JUIZ
ONTEM
Terno, gravata, calça comprida e sapatos eram uniforme comum em árbitros nos anos 30. O resultado era a dificuldade de movimentos

HOJE
O juiz se veste como os atletas, com calção, meias e chuteiras. O preto é trocado por cores alegres

Texto Anterior: "Pelé nem era conhecido no Rio"
Próximo Texto: Projeto cria "Paulista de 15 km"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.