São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Para onde vai o dinheiro com a chegada do real

DA REDAÇÃO

A poupança deve ser a única aplicação que perderá uma significativa massa de recursos quando a nova moeda chegar em 1º de julho. Esta é a principal conclusão da pesquisa realizada pelo Datafolha com 659 paulistanos no dia 13 de maio.
Ao mapear a possível rota do dinheiro após a chegada do real, o Datafolha constatou que a mais popular aplicação do país –preferida hoje por 66% dos entrevistados– terá sua força abalada por alguns investimentos recomendados pelos analistas financeiros –como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e os fundos de commodities.
A pesquisa, porém, revela que a prioridade dada a suas economias pelos habitantes do centro financeiro do país, levando-se em conta a complexidade do Plano Real, pode ser equivocada. Praticamente dobra –de 10% para 19%– a porcentagem das pessoas que apostarão no dólar –que ficará congelado no mínimo por três meses a partir de julho.
A moeda americana exerce particular fascínio entre a população de baixa e média renda, a que recebe de 1 a 10 salários mínimos. 3% dos que ganham até 5 mínimos afirmaram que aplicam hoje no dólar. Com o real, pulam para 15%. De 5 a 10 mínimos, a proporção salta de 6% para 19%.
Aos que se debatem ainda com a lógica do Plano Real –50% se consideram mal-informados sobre ele– se misturam, provavelmente, os que apostam que a iniciativa do governo dará errado, e logo. O dólar daria segurança e, de quebra, a possibilidade de ganhos especulativos com o naufrágio do Real.
O Datafolha apurou também quais são as principais dúvidas quanto à terceira fase do plano de estabilização. Conclusão: como o resto dos brasileiros, os paulistanos querem saber o que vai acontecer com os preços e os salários.(JRC)

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sobre investimentos nas págs. 2-10, 2-14 e 2-15.

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