São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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Trilogia combina artesanato sonoro e humor
CARLOS CALADO
As 22 novas composições de Itamar que completam a trilogia "Bicho de Sete Cabeças" exibem, mais uma vez, um trabalho sonoro radicalmente artesanal: vocais precisos, arranjos criativos, letras que desprezam obviedades. Sem falar na enorme variedade de estilos e ritmos, que passa pelo funk, samba, soul, reggae, rock, blues, baião, sem qualquer pretensão de ecletismo oportunista. O ouvido atento percebe: a marca musical de Itamar está sempre ali, mesmo quando outros interpretam suas composições. O preciosismo de Itamar chega até mesmo ao encarte dos três discos. Todas as letras das canções e as fichas técnicas completas aparecem em letra manual. O projeto é transparente: clichês e formas prontas decididamente não têm valor para Itamar. As preciosas participações de Tom Zé e Jards Macalé também são reveladoras. Como eles, Itamar não faz concessões à estupidez das modas de mercado. Como eles, carrega injustamente o estigma de vanguardeiro, de maldito. Será que vai ser necessário um novo David Byrne para –como no caso de Tom Zé– mostrar às gravadoras o quanto elas e, principalmente, o grande público estão perdendo? (CC) Título: Bicho de Sete Cabeças - volumes 2 e 3 Intérprete: Itamar Assumpção e as Orquídeas do Brasil Participações: Tom Zé, Jards Macalé, Ná Ozzetti, Suzana Salles e Alzira Espíndola Formato: LP Lançamento: Baratos Afins (av. São João, 439, loja 318, 2º andar, tel. 011/223-3629, região central de São Paulo) Quanto: CR$ 10 mil (em média, cada LP) Texto Anterior: Carlinhos Lyra naufraga no mar de teclados em CD para japonês Próximo Texto: Itamar diz que está pronto para ser popular Índice |
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