São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Venda de eletrodoméstico será menor que o esperado

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) acaba de refazer sua previsão de vendas para este ano.
Não é mais esperada a venda de 2 milhões de refrigeradores em 1994 –que já seria um número próximo ao de 91, de 2,11 milhões de unidades.
"Agora esperamos comercializar 1,85 milhão de unidades, no máximo", diz Lourival Kiçula, coordenador da área de eletrodomésticos.
A estimativa de venda de fogões caiu de 3 milhões para 2,7 milhões de unidades. A de condicionadores de ar, de 400 mil para 350 mil unidades.
No caso dos freezers, se as empresas comercializarem as 400 mil unidades previstas inicialmente para este ano, vão comemorar.
"Vale lembrar que em 91 foram vendidas 467 mil unidades. Em 90, 481 mil unidades". Para Kiçula, junho continua complicado para os fabricantes de eletrodomésticos.
Além de ter a Copa do Mundo, vai ser o último mês do cruzeiro real, o que faz o consumidor ficar indeciso na hora de gastar. "E mais: os cheques pré-datados serão aceitos por períodos cada vez mais curtos –até o final de junho."
Kiçula diz que os fabricantes de eletrodomésticos estão com saudades do primeiro trimestre deste ano. Eles venderam 25% mais do que igual período de 93.
"O consumidor continua com baixo poder aquisitivo. Mas o pouco que sobra prefere investir em televisor e videocassete."
O setor ainda tem esperança, no entanto, de aumentar as vendas de eletrodomésticos a partir do segundo semestre.
Marcel Vanden Bussche, diretor presidente da Mallory, fabricante de portáteis e de componentes para a indústria de eletrodomésticos, espera desovar seu estoque de ventiladores a partir de agosto.
"Por essa razão não vamos demitir", afirma. A Mallory tem 80 mil ventiladores em estoque, o equivalente a um mês de produção.
"É um volume até que normal para esta época do ano". Para ele, a empresa pára quando os fabricantes de eletrodomésticos pararem.
"Ouvimos dizer que a Brastemp vai dar férias coletivas de uma semana para seus empregados. Estamos aguardando uma posição oficial da empresa."
Vanden Bussche não se surpreende com a volta das férias coletivas das empresas. "É que as vendas no varejo estão de fato ruins."
"Além de a venda para o Dia das Mães não ter acontecido, existe o problema das altas taxas de juros –variam de 3,5% a 6% ao mês."
No levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo, as vendas neste mês estão no mesmo ritmo de 93.
As consultas ao Telecheque, que mede as vendas à vista, caíram 1,2%, no período.
"A tendência para o mês é de as vendas continuarem no mesmo ritmo de maio do ano passado, com ligeira propensão para baixo", diz Emílio Alfieri, economista da associação.

Texto Anterior: Os cartórios e a aviação
Próximo Texto: Cheque pré-datado pode ter novas regras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.