São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
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Jackie é enterrada em cerimônia simples

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>John Kennedy Jr. toca o túmulo de seu pai durante o enterro da mãe, Jacqueline Onassis; Carro com o corpo da primeira-dama chega ao cemitério de Arlington, em Washington
Crédito Foto: Reuter
Observações: COM SUB-RETRANCAS
Vinheta/Chapéu: \<FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>PRIMEIRA-DAMA\</FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>
Jackie é enterrada em cerimônia simples
O corpo de Jacqueline Lee Bouvier Kennedy Onassis foi enterrado ontem no Cemitério Nacional de Arlington, em cerimônia simples, ao lado do túmulo de seu primeiro marido, o 35º presidente dos EUA, John Kennedy.
Apenas cerca de cem pessoas, familiares e amigos íntimos, participaram do rito final em homenagem à primeira-dama que encantou os EUA e o mundo por sua elegância e se tornou uma das mulheres mais famosas da história.
O presidente Bill Clinton, que teve em John Kennedy o ídolo político de sua juventude, fez o único elogio fúnebre do enterro.
"Deus lhe deu grandes dons e lhe impôs pesadas cargas. Ela as carregou todas com dignidade, graça e incomum bom senso", disse Clinton.
Toda a cerimônia durou apenas 14 minutos e foi transmitida pela TV ao vivo para todo o país.
O caixão, de mogno, foi carregado por sobrinhos de Jackie, entre os quais Robert Kennedy Jr., Thimothy Shriver, Cristopher Lawford, Edward Kennedy Jr., William Kennedy Smith, e por Jack Walsh, o agente do Serviço Secreto que protegeu Caroline e John Jr. nos seus tempos de Casa Branca.
Os serviços fúnebres foram oficiados pelo cardeal Philip Hanan, de Nova Orleans, amigo da família Kennedy.
O túmulo de Jacqueline fica ao lado da chama eterna que ela acendeu em 25 de novembro de 1963, durante o funeral de seu primeiro marido. Ali também estão enterrados Patrick Kennedy, filho de John e Jackie que morreu três dias após o nascimento em 1963, e outra filha do casal, sem nome, que nasceu morta em 1956.
Caroline Kennedy Schlossberg, 36, e John Kennedy Jr., 33, que durante o governo de seu pai era conhecido dos americanos como "John-John", leram passagens curtas da Bíblia.
John escolheu um trecho das cartas de São Paulo aos tessalonicenses, consideradas como reafirmação da justiça divina aos cristãos. Caroline leu o início do Salmo 121.
Durante o enterro, num dia de céu sem nuvens e calor de 30 graus centígrados, foram ouvidas 64 badaladas dos sinos da Catedral de Washington, uma para cada ano de vida de Jackie.
Ao final da cerimônia, Caroline colocou uma flor branca sobre o caixão da mãe e o beijou. Em seguida, John Jr. se ajoelhou, também beijou o caixão e depois passou a mão sobre a pedra tumular de seu pai.
Os dois irmãos e os demais participantes do enterro prestaram rápida homenagem também ao irmão do presidente Kennedy, Robert, assassinado em 1968, quando era candidato à Presidência dos EUA.
O cemitério de Arlington permaneceu fechado durante todo o dia de ontem. Apenas familiares e convidados dos outros 23 funerais ali realizados ontem puderam ter acesso a ele.
Arlington é o cemitério dos heróis militares dos EUA. Foi inaugurado logo após a Guerra Civil numa área próxima à casa do líder dos confederados, que perderam a guerra, general Robert Lee.
Apenas um outro presidente, além de Kennedy, teve seu corpo enterrado ali: William Howard Taft, que morreu em 1930, aos 72 anos.
Ainda não está decidido quando os túmulos de John e Jackie poderão ser visitados pelo público. A família vai resolver esse assunto hoje. A seu pedido, emissoras de TV fizeram ontem apelo ao público para em vez de levar flores ao túmulo usar o dinheiro para fazer doações a obras de caridade.
Depois do enterro, os familiares de Jackie foram recebidos por Ethel Kennedy, viúva de Robert, em sua casa na área da Grande Washington.

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