São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994 |
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Desemprego é pior que inflação, diz petista
<FT:"MS SANS SERIF",SN>CARLOS EDUARDO ALVES; AMÉRICO MARTINS
"É lamentável dizer isso, mas, com a inflação de 84% ao mês do governo Sarney, a situação do emprego era melhor que a de hoje", afirmou. Preocupado com as questões econômicas na acampanha, Lula também afirmou em um comício na Iochpe-Maxion que "quem ganha salário não pode pagar imposto de renda neste país." A afirmação foi repetida, em tom de promessa eleitoral, no comício realizado na porta da Ford, em São Bernardo. Baseado em pesquisas que apontam o desemprego como uma das principais preocupações do eleitorado, o candidato do PT à Presidência da República iniciou a cruzada preventiva contra o Plano Real, no qual está calçada a esperança de viabilizar FHC. "É possível criar empregos mesmo com inflação", afirmou Lula. O candidato acha que é "preciso acabar com a ilusão" que a queda da inflação resolverá os problemas do país. Como exemplo de tentativas de eleger um objetivo único para acabar com a crise do país, Lula citou a Constituinte e a luta pela eleição direta. Lula, para desqualificar um eventual sucesso no combate à inflação, declarou ainda que a alta dos preços não prejudica um setor da classe média, que se defende aplicando o dinheiro. "As maiores vítimas estão entre os pobres, sem dinheiro e emprego", disseo petista. No próximo dia 9, o PT vai lançar sua proposta para combater o desemprego. Lula tem participado de reuniões com os economistas do PT que elaboram um programa específico para o tema. A idéia do candidato baseia-se na necessidade de explicar à população que os "excluídos", novo jargão petista para designar a parcela miserável da população, não estão contemplados no plano idealizado pelo seu adversário tucano. Lula prometeu, caso vença a eleição, "começar a resolver pela primeira na história do país o problema do desemprego". Disse que a solução passa pela reforma agrária e a agroindústria. Lula ficou emocionado no maior dos comícios de ontem, na porta da Ford. Ele chegou a chorar quando se referiu à readmissão do sindicalista Alberto Eulálio, o Betão, que havia sido demitido pela Ford. Betão é amigo do candidato e esteve com ele nas primeiras greves da década de 80. (Carlos Eduardo Alves e Américo Martins) Texto Anterior: Lula volta a usar carro de som de sindicato Próximo Texto: Mulher vota em mulher, diz vice Índice |
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