São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994
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A parceria que deu certo

LINEU RODRIGUES ALONSO

Quando, em abril de 91, o governo do Estado de São Paulo pôs em prática o Projeto Tietê, inúmeros eram os desafios. Entre eles, o controle da poluição industrial. Tratava-se de controlar os efluentes de cerca de 40 mil indústrias localizadas na região metropolitana.
Esse objetivo exigia a participação de diferentes segmentos da sociedade: o Estado e a iniciativa privada aliados ao interesse da população em ver recuperado seu principal rio.
A sociedade emitia sinais que priorizavam as questões relativas à melhoria da qualidade de vida; cobravam-se ações concretas para a recuperação da qualidade dos rios da Grande São Paulo. O recado foi rapidamente entendido pelo Estado e pela iniciativa privada.
Através da Cetesb, o Estado identificou entre as indústrias aquelas que apresentavam potencial poluidor significativo. Levantamentos indicaram 1.250 indústrias como responsáveis por 90% da carga poluidora da bacia do Alto Tietê. Regularizar a situação dessas indústrias até o final de 94 era o objetivo da primeira etapa do programa.
Para cada uma dessas indústrias foram efetuadas medições que permitiram identificar quantidade e qualidade dos materiais poluentes e medidas de controle que deveriam ser adotadas. As indústrias foram chamadas à Cetesb para negociar um cronograma de implantação de seus sistemas de controle de poluição. Além disso, o governo do Estado estabeleceu uma linha de crédito para financiar a aquisição de equipamentos necessários a esse controle.
A resposta da indústria paulista foi quase total. Até o final de abril deste ano, 810 indústrias já haviam aderido ao Projeto Tietê e executado com rapidez e eficiência os sistemas de controle. As indústrias restantes deverão concluir os sistemas de controle até o final de 94.
Os números alcançados atestam o sucesso do programa. Afinal, 50% da carga industrial de origem orgânica deixou de ser lançada aos rios de São Paulo. Também em termos de carga inorgânica, composta por produtos tóxicos e metais pesados, as indústrias deixaram de lançar, diariamente, cerca de 2.300 kg, o que corresponde a 50% do total antes enviado aos rios.
Os resultados atestam o sucesso dessa ação conjunta. As mais de 50 obras de saneamento básico em andamento vão permitir tratar também os esgotos domésticos, propicinado com isso melhor qualidade de vida.
Sem dúvida alguma o sucesso do projeto Tietê permite afirmar que o caminho é correto e que a solução das questões de interesse da sociedade passam pela sua correta identificação e pela parceria séria entre os agentes envolvidos.

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