São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994
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Preços podem subir 8% acima da URV

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços de alguns produtos nos supermercados podem subir em média 8% acima da variação da URV depois de 15 de junho.
A afirmação foi feita ontem por Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Apas, associação de donos de supermercados no Estado de São Paulo, durante convenção do setor.
Segundo Rodrigues Alves, o que Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, disse anteontem (que os supermercados devem atualizar preços antes da entrada do real), foi um alerta. "Ou o empresário faz isso ou quebra a cara."
A margem média praticada pelos supermercados precisa ser entre 18% e 20%. "Se não tiver margem em real, não terá como sobreviver."
O realinhamento deve ocorrer depois do dia 15 porque antes as empresas vão querer vender –as vendas estão desaquecidas– perto do dia do pagamento.
Os produtos que podem sofrer aumentos são: arroz, café, achocolatados, leite condensado e creme de leite, óleo de soja, açúcar, sabão em pó, detergente líquido, molhos de tomate.
Para a cesta básica, o realinhamento deve ser de no mínimo 8%. "Isso (o realinhamento) se o supermercado quiser manter sua margem para sobreviver."
Rodrigues Alves calcula que cerca de 90% dos médios e grandes supermercados estão com os preços desalinhados. "Nós não intimamos ninguém a alinhar. Faz quem quer."
Armando Jorge Peralta, presidente da Apas, diz que os pequenos e médios supermercados é que estão com os preços defasados. Ele calcula que estes representem entre 60% e 70% do faturamento do setor.
Peralta afirmou ainda que a Secretaria da Fazenda do Estado afirmou ontem em telefonema que a autorização para que os supermercados operem cupons e nota fiscal em URV deve sair esta semana.
Assim que autorizado, as redes e lojas informatizadas terão condições de dar os preços em URV dos produtos para os consumidores. Terão problemas as unidades que têm equipamentos antigos.
Antonio Carlos Ascar, diretor-executivo do Grupo Pão de Açúcar, disse que é importante um realinhamento de preços enquanto se está na fase transitória. "O Pão de Açúcar está começando a pensar nisso e ver a forma de passar essa transição. Não tomou nenhuma decisão."
(FS)

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