São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994
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Comitê da Copa cede à mídia dos EUA

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O Comitê Organizador da Copa do Mundo desistiu de exigir dos jornalistas norte-americanos a assinatura de um termo de compromisso autorizando investigações sobre seus antecedentes criminais.
Os jornalistas estrangeiros continuam obrigados a assinar o termo, que autoriza o FBI (polícia federal dos EUA) a usar suas ligações com polícias e departamentos de imigração de vários países para investigar os jornalistas.
Os jornalistas dos EUA serão investigados "para fins de segurança" através dos números de suas carteiras de seguro social.
Na prática, a mudança oferece tratamento diferenciado para os jornalistas norte-americanos, que não estão mais obrigados a assinar um formulário amplamente repudiado pela imprensa de todo o mundo, inclusive a brasileira.
O Comitê exigiu que os membros da mídia mundial interessada na cobertura entregassem o formulário até o final do mês passado.
Os maiores jornais dos EUA, como o "The New York Times", o "Washington Post" e o "USA Today", recusaram-se a se submeter à medida. As pressões levaram o Comitê Organizador a recuar.
O presidente da área de imprensa do Comitê Organizador, Jeff Idelson, disse à Folha que, mesmo sem a exigência da assinatura do termo de compromisso, todos os jornalistas americanos serão investigados como os estrangeiros.
"Vamos fazer a checagem dos jornalistas dos EUA através dos números de suas carteiras de seguro social. Podemos, com o FBI, obter qualquer informação com esses números, sem que ninguém assine formulários", disse Idelson.
A proposta para o uso dos números de seguro social em substituição à assinatura do termo de compromisso partiu do "The New York Times".
George Freeman, advogado do "NYT", afirma que mesmo que os números do seguro social sejam usados nas checagens do FBI, isso não significa que os jornalistas estejam se submetendo espontaneamente às investigações.

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