São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994
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"Gripe URV" ataca paulistanos no outono

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Tosse, febre e rouquidão são os principais sintomas da gripe que está atacando –e atrapalhando– os paulistanos neste outono.
Ela já ganhou até apelidos: gripe URV –aumenta todo dia– ou gripe Real –tem data para chegar mas não se sabe quando acaba.
O âncora de TV Boris Casoy foi uma das "vítimas" da nova gripe e precisou ficar de molho por quatro dias (veja texto ao lado).
Em qualquer lugar que se vá –cinema, shopping, casa de amigos ou trabalho– há alguém tossindo ou com a voz rouca.
É que, segundo médicos, o vírus da "gripe URV" ataca as vias aéreas médias, ou seja, laringe, traquéia e brônquios superiores (veja quadro ao lado).
Os consultórios estão cheios. "Estamos vivendo uma verdadeira epidemia", diz o pediatra Bernardo Ejzemberg.
Segundo ele, o número de pacientes com esses sintomas dobrou na última quinzena. O médico Luiz Freitas de Souza é outro que teve o número de pacientes com gripe quadruplicado no período.
A grande incidência da doença é explicada pelas condições climáticas favoráveis à atuação do vírus no organismo. A concentração de poluição também ajuda a infecção.
O infectologista Vicente Amato Neto, do Hospital das Clínicas, diz que o aumento de casos verificado este ano é normal e previsível.
Segundo ele, esta não é a gripe clássica e sim uma das doenças do aparelho respiratório que se convencionou chamar por esse nome.
Tratamento
Amato Neto diz que as vítimas da "gripe URV" têm como única opção tratar os sintomas, já que a doença se cura sozinha. Suas recomendações são tomar antitérmicos, analgésicos e repousar.
Ejzemberg não recomenda que crianças com menos de um ano tomem xarope sem orientação médica. "Alguns medicamentos podem provocar parada respiratória", diz.
Ele também alerta para as complicações secundárias. São as amigdalites (infecção da amígdala) otites (do ouvido) e pneumonias.
Segundo o médico, o acúmulo de secreção possibilita que as bactérias que habitam o organismo se multipliquem, causando doenças.

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