São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994 |
Texto Anterior |
Índice
Orquestra da Filadélfia toca na cidade
<FT:"MS SANS SERIF",SN>JOÃO BATISTA NATALI
Quando: de hoje a sábado, às 21h Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nº; tel 011/222-8698) Preços: 20 URVs (setor 5); 50 URVs (setor 4); 75 URVs (setor 3); 100 URVs (setor 2) e 125 URVs (setor 1) Qualquer apreciador da música sinfônica se delicia com a discussão sobre quais seriam os maestros na ativa de maior qualificação técnica e repertório mais eclético. O alemão Wolfgang Sawallisch, que dirige hoje em São Paulo a Orquestra de Filadélfia, é um forte candidato a esse pedestal que poucos -como Celibidache, Boulez, Solti- têm o privilégio de ocupar. Como diretor musical por 21 anos da Ópera Estatal de Munique, deixou execuções antológicas de Mozart, como um "Cosi Fan Tutte" de 1978 que não chegou a sair em vinil ou CD. Ele assumiu Filadélfia em setembro do ano passado. Com ela já gravou três sinfonias de Dvorak e uma "Quarta" de Anton Bruckner, em que a sonoridade flui e se encaixa como nos melhores momentos de Fürtwangler com a Filarmônica de Berlim. Sawallisch foi contratado pela orquestra americana na condição oficiosa de bombeiro. Substitui o italiano Riccardo Muti que, excelente na direção de espetáculos líricos, foi um fracasso ao dirigir música ligeira, que atrai os assinantes a boa parte das 129 récitas anuais da formação. Com Muti, a Orquestra de Filadélfia perdeu definitivamente o prestígio que ocupava entre as chamadas "Big Five" nos Estados Unidos (ao lado de Nova York, Boston, Chicago e Cleveland). Não se trata de uma avaliação da crítica. Foi também o que pensaram as gravadoras, no caso a RCA e a CBS. Sem manter sua cadência de parto de CDs, a orquestra deixa de motivar os patrocinadores privados, que são responsáveis por 31% de sua receita. Uma orquestra sinfônica é uma empresa que concorre com outras empresas no mercado. Filadélfia tem uma tradição de altos salários. Paga a seus músicos US$ 7 mil por mês e fornece apólices de seguro. A concorrência vem das outras que integram o grupo das grandes e mais das menores norte-americanas (como Saint-Louis e Detroit) que inflacionaram o mercado das contratações. A Orquestra de Nova York sabe disso. Depois de Zubin Mehta, precisou contratar Kurt Mazur para recuperar o estrago. Sawallisch assume para ser "heavy" em todos os aspectos. A conferir com o repertório que ele traz a São Paulo. Entre as peças mais difíceis, executará hoje a "Quarta Sinfonia" de Bruckner e amanhã o poema sinfônico "Don Juan", de Richard Strauss. Texto Anterior: Inscrição para as bolsas vai até dia 6 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |