Folha de S.Paulo - Mensalidade seguirá média de fevereiro a maio da URV

São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994

Mensalidade seguirá média de fevereiro a maio da URV

DA REPORTAGEM LOCAL

O assessor especial de preços do Ministério da Fazenda, Milton Dallari, confirmou ontem em São Paulo que a medida provisória (MP) sobre mensalidades escolares vai converter os valores em URV pela média de fevereiro a maio.
Também em São Paulo, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, afirmou que o governo espera anunciar a MP "antes de meados da semana que vem".
"O texto, que está praticamente concluído, já se encontra na área jurídica do governo para uma avaliação final", disse o ministro.
Segundo Ricupero, o governo está procurando uma fórmula que cubra o maior número possível de escolas em relação às datas-base de salários dos professores.
Dallari disse que "a versão final da MP com o OK da procuradoria pode, talvez, ser entregue ao ministro Ricupero amanhã (hoje)".
Segundo ele, as escolas que já fizeram a conversão vão ter que refazer os cálculos.
"As diferenças que houverem para mais ou para menos deverão ser compensadas nos próximos meses por todo o universo das escolas particulares", afirmou.
A decisão foi mal recebida por associações de pais e alunos.
"A conversão só poderia ser feita mediante acordo com os pais", afirmou a presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado de São Paulo, Hebe Tolosa.
Para ela, seria igual converter pela média de novembro a fevereiro ou de fevereiro a maio.
"Estão apenas camuflando o fato de que as mensalidades terão aumento real em URV, ao contrário de todos os outros setores", afirma Tolosa.
O diretor da Associação Intermunicipal de Pais e Alunos, Mauro Bueno, diz que essa medida "vai anistiar todo tipo de abuso cometido nos últimos meses".
Para saber quanto custará a mensalidade de junho, pega-se o valor cobrado em cada mês (de fevereiro a maio), divide-se cada valor pela URV do dia do vencimento do pagamento, soma-se os resultados obtidos e divide-se o resultado por quatro.
Muitas escolas, principalmente de 1º e 2º graus no Estado de São Paulo, converteram em março seus valores em URV.
As escolas que seguem a orientação do Sieeesp (o sindicato das particulares de 1º e 2º graus do Estado), por exemplo, fizeram essa conversão pelos valores cobrados de novembro a fevereiro, mais 12% referente ao reajuste salarial dos professores em março.
Nesse caso, se a MP for aplicada, o valor em URV deverá cair um pouco. Isso porque o valor de fevereiro foi inferior ao valor congelado em URV de março a maio. Na média, o valor de fevereiro puxa a mensalidade para baixo.

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