São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Estatismo faz Brasil perder financiamento de gasoduto

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás tem até o dia 17 de agosto para viabilizar a construção do gasoduto Brasil-Bolívia sem o apoio do Banco Mundial.
O gasoduto terá cerca de 3.400 km e se destina ao transporte diário de gás boliviano para o Brasil a partir de 1996.
A empresa já perdeu as esperanças de obter financiamento do banco. No contrato assinado em fevereiro de 93 ficou definido que a Petrobrás teria 18 meses para viabilizar financeiramente o projeto.
Na semana passada, Antônio Pimenta Neves, especialista do Banco Mundial em assuntos públicos para a América Latina, disse que o banco mantém sua decisão de não financiar o projeto caso ele não seja controlado pelo setor privado.
A importação da Bolívia é considerada no atual governo como a principal saída para o Brasil aumentar seu consumo de gás natural, hoje em 2% da energia total consumida no país. O projeto é elevar esse número a 10%.
A média mundial de utilização de gás é de 20%. O produto é considerado "o combustível do futuro" pelos especialistas, especialmente pela característica de ser ambientalmente "limpo".
Após a primeira negativa do Bird de financiar o projeto Brasil-Bolívia com a estatal brasileira à frente, a Petrobrás contratou a consultora americana C.S. First Boston para analisar o trabalho.
Segundo José Fantine, a consultora concluiu que o projeto é viável no modelo proposto pela estatal, que prevê o controle por ela de 51% do capital da empresa a ser criada. O restante do capital viria de parceiros privados.
(FS)

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