São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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URV evita maior achatamento do salário

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O projeto da URV prevê três regras de revisão dos salários na primeira data-base após o real. Pelo menos uma delas será inócua.
Para verificar se houve perdas, os salários serão atualizados hipoteticamente para março, abril, maio e junho, de acordo com a antiga política salarial ou o acordo coletivo da categoria.
Os quatro grupos de datas-bases tinham antecipações pelo IRSM (um índice de inflação) menos dez pontos durante três meses e o reajuste pelo FAS (Fator de Atualização Salarial) no quarto mês.
O FAS era aplicado em meses distintos para os quatro grupos.
Calculados os salários em cruzeiros reais, de forma hipotética, eles deverão ser convertidos em URV nas datas normais de pagamento que a empresa adotava até fevereiro de 94.
Somam-se os quatro salários em URV de março a junho, tira-se a média e compara-se com o salário efetivo do empregado. Se for maior, fica valendo a nova média, sem prejuízo das outras regras de recomposição salarial.
A Folha simulou as antecipações e o FAS dos quatro grupos. Foi estimada, para a URV, 44% em maio e 46% em junho.
A conclusão foi de que não haveria novas perdas, por esta regra, para a maioria dos trabalhadores.
Só no grupo D haveria um empate. No grupo A, o salário atual seria 3,30% maior que a nova média. No B, 1,61% e no C, 2,21%.
Foi simulado também o caso de trabalhador que vinha tendo reajuste mensal pela inflação integral. O salário real teria sido mais achatado, de março a junho, se não houvesse a conversão para URV.
No sistema anterior, a inflação de um mês corrigia o salário do mês seguinte, para pagamento 30 dias depois. A URV reduz essa defasagem.
A discussão das perdas é do período anterior à URV. Pode voltar agora, na virada para o real, se a inflação se acelerar em junho e parte não for captada pela URV.
As outras regras do projeto dizem que, na data-base, deve ser feita a média dos salários em URV ou equivalente nos 12 meses anteriores. Valerá a maior média.
Na data-base os salários também serão corrigidos por um índice de inflação do real medido pelo IBGE, o IPC-r, acumulado a partir de julho, inclusive.
Fora disso, os aumentos vão depender de negociação coletiva.

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