São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 1994
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A força do fundo

CIDA SANTOS

O ataque da seleção brasileira masculina apresenta novo repertório nesta temporada. O Brasil começa a levar a velocidade das jogadas executadas na rede também para os ataques do fundo da quadra, algo totalmente moderno no mundo do vôlei.
Os ataques atrás da linha de três metros tradicionalmente são feitos com bolas altas e muita força. Ou melhor: tradicionalmente eram feitos. As coisas começam a mudar no fundo da quadra brasileira.
A novidade é uma jogada feita por Giovane, do meio da quadra e atrás da linha de três metros. Por enquanto, ele é o único jogador da seleção que bate essa bola.
O primeiro requisito é muito entrosamento entre atacante e levantador. Tudo deve ser feito com velocidade, precisão e técnica.
Giovane tem de saltar antes que a bola chegue nas mão do levantador. Já Maurício tem de colocar a bola exatamente de encontro ao braço de ataque de Giovane.
A técnica é a mesma usada nas bolas de tempo, ou seja, nas jogadas rápidas de rede. Só que o seu grau de dificuldade é maior porque é executada do fundo da quadra.
O técnico da seleção, José Roberto Guimarães, diz que viu Giovane fazer essa jogada pela primeira vez com o levantador Fabio Vullo no Ravenna, no último Campeonato Italiano.
Na seleção, o técnico começou a treinar Maurício para fazer essa bola com Giovane. A primeira tentativa foi na estréia da Liga Mundial contra a Bulgária há quatro semanas.
E deu certo. José Roberto diz que das outras 11 seleções inscritas na Liga nenhuma ainda faz essa jogada. Melhor para o Brasil.
Mas o pioneiro das novas jogadas no fundo da quadra da seleção é Marcelo Negrão. Desde a temporada passada, ele bateu uma bola semelhante a de Giovane, mas com duas variações.
A primeira: ele salta na posição um, ou seja, aquela de quem vai sacar. A segunda: Maurício levanta essa bola de costas. Haja precisão.
Some essas jogadas rápidas do fundo da quadra com as tradicionais já executadas atrás da linha dos três metros e mais as inúmeras variações de ataque na rede.
O resultado é um time capaz de enlouquecer qualquer bloqueio adversário. Vamos ver como vai ser na fase final da Liga, marcada para julho em terras italianas.
Nesta primeira etapa, o Brasil já garantiu sua vaga para às quartas-de-final por antecipação e está totalmente demais.

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