São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Justiça apura uso de banco no governo Amin

GUSTAVO PATU
EUMANO SILVA

GUSTAVO PATU; EUMANO SILVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Existem pelo menos dois processos judiciais contra o uso irregular do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) durante o período em que Esperidião Amin, candidato do PPR à Presidência, governava o Estado (83 a 87).
Os processos correm na justiça catarinense, e se baseiam em relatório do BC (Banco Central) sobre a gestão do Besc. A Folha mostrou ontem dados do relatório.
O inquérito do BC acusou o uso político do Besc durante o governo Amin. Segundo as investigações, o banco pagou ônibus para levar funcionários ao comício do candidato a prefeito de Florianópolis (SC) Francisco Assis, apoiado por Amin, em novembro de 85.
O Besc também teria contratado funcionários durante período em que a operação era proibida pela legislação eleitoral.
Na última sexta-feira, o então presidente do Besc, Carlos Passoni Júnior, disse que o inquérito do BC foi arquivado em abril de 1988. Segundo seu argumento, isso comprovaria a inexistência das irregularidades apontadas.
O BC, no entanto, encaminhou o relatório à Procuradoria de Santa Catarina, e daí decorreram pelos menos dois processos ainda sem julgamento definitivo.
Em um dos processos, na 4º Vara da Justiça Criminal (SC), a Procuradoria acusa Passoni de contratar serviços de consultoria da empresa de Carlos Melin Passoni, seu filho e funcionário do banco.
A 4ª Vara informou ontem à Folha que o processo ainda está em andamento.
Outro processo corre no Tribunal de Justiça do Estado, contra o deputado estadual Mário Cavalazzi, então diretor do Besc. Não foi possível apurar ontem o andamento do processo.
Outro lado
Carlos Passoni Júnior disse em correspondência enviada à Folha que os dois processos são decorrentes do "espírito politiqueiro e revanchista do PMDB".
Passoni se referiu ao fato de os processos da Procuradoria Geral do Estado terem sido durante o governo Pedro Ivo Campos (PMDB).
Anexo à correspondência, Passoni enviou cópia da da resolução do Banco Central que arquivou o inquérito contra o Besc.
Esperidião Amin foi procurado ontem pela Folha, mas não foi encontrado. A reportagem telefonou para seu gabinete no Senado, em Brasília, às 17h30. Funcionários disseram que tentariam localizá-lo. Não houve retorno até 19h30.

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