São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Projeto `Filadélfia' vai ajudar doentes

NILSON BRANDÃO*

NILSON BRANDÃO; DANIEL CASTRO
DA SUCURSAL DO RIO

A Defensoria Pública do Estado do Rio lança, no próximo mês, o projeto "Filadélfia", que dará assessoria jurídica gratuita para portadores do vírus da Aids.
O projeto atenderá portadores carentes e presidiários do Rio contaminados com o HIV. Segundo estimativa do Desipe, cerca de 1.300 dos 9.000 presos são portadores do vírus.
O projeto conta com a colaboração do escritório-modelo de Direito da Faculdade Cândido Mendes.
Há dois anos, o escritório oferece assessoria específica para portadores do vírus. Escritórios-modelos servem para treinar estudantes de Direito, que atendem pessoas carentes.
O responsável pelo atendimento na faculdade, o advogado Marcelo Turra, explicou que o Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria se interessou pelo serviço do escritório.
Segundo o advogado, a Defensoria não deverá destinar local exclusivo para o atendimento dos portadores do vírus.
O nome do projeto foi dado em referência ao filme "Filadélfia", que trata do preconceito sofrido por um advogado nos Estados Unidos, demitido por ter Aids.
"Inicialmente, os casos mais frequentes no escritório tratavam de demissão de portadores do vírus, por preconceito", disse Turra.
Cerca de 10% dos casos atendidos no escritórios envolvem portadores do vírus.
São Paulo
A cada dois dias pelo menos um preso morre de Aids no Estado de Sao Paulo. Diariamente, três novos casos da doença são notificados nos presídios.
Os dados são do Departamento de Saúde do Sistema Penitenciário. Estudo feito pelo departamento em 92 concluiu que 20% dos presidiários têm o vírus HIV.
Hoje há 200 detentos contaminados em estado terminal confinados nas 44 unidades prisionais do Estado.
A incidência de Aids entre os presos é muito maior do que entre os homens livres.
Na sociedade, 1 a cada 300 pessoas está contaminada, segundo o Ministério da Saúde.
Na Casa de Detenção de São Paulo, por exemplo, um a cada cinco presos é portador do vírus.
A maior parte dos presos (88,6%) foram contaminados por uso de drogas injetáveis. Apenas 1,6% pegou o vírus na cadeia.

Colaborou DANIEL CASTRO, da Reportagem Local

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