São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Famílias fazem apelo sobre "desaparecidos"

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Os candidatos à Presidência vão receber nos próximos dias uma carta com o pedido que se comprometam a reconhecer, se eleitos, a responsabilidade do Estado brasileiro "pela prisão, tortura, morte e desaparecimento de opositores políticos entre 1964 e 1985".
A Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, que luta pelo reconhecimento oficial da morte de 144 opositores do regime militar, divulgou ontem a carta-compromisso.
O reconhecimento da morte dos chamados "`desaparecidos" é uma condição para o posterior recebimento de indenizações por parte do Estado.
Segundo Suzana Lisboa, integrante da comissão de familiares, os parentes de cinco brasileiros mortos no Chile durante o regime do general Augusto Pinochet (1973-1990) já recebem indenizações do governo chileno.
Comissão
O documento, redigido ao término de um encontro nacional de familiares de desaparecidos políticos, pede ao próximo presidente do país a criação de uma Comissão Especial de Investigação.
Esse órgão teria a finalidade de "esclarecer cada um dos casos de mortos e desaparecidos políticos ocorridos no Brasil de 1964 a 1985 e determinar reparações".
O texto pede ainda aos candidatos que assumam o compromisso de não indicar para cargos de confiança do próximo governo "pessoas implicadas nos crimes da ditadura militar".
A carta-compromisso da comissão de familiares também será apresentada aos candidatos aos governos estaduais.
A esses dirige-se o ponto do documento que pede "o compromisso de abrir irrestritamente os arquivos da repressão política existentes sob sua jurisdição".

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