São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Para FHC, plano não causa demissões

DA FOLHA NORDESTE E NORTE

O candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, disse ontem em Franca (401 km ao norte de São Paulo) que o Plano Real não tem relação com o crescimento das demissões na indústria paulista no mês passado.
A aumento das demissões foi associado a uma "síndrome pré-plano" pelo diretor de Pesquisas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva.
Piva é suplente do candidato do PSDB ao Senado por São Paulo, José Serra.
As demissões registradas em três semanas na indústria paulista (8.391, segundo a Fiesp) supera o total de abril (5.972)
"O desemprego é cíclico. Não há nenhuma evidência dessa relação, senão a de que o plano produz aumento de consumo", disse o candidato.
O receio de uma política de juros altos foi tema de conversa que FHC manteve com empresários do setor calçadista de Franca.
FHC disse que não haveria uma "alta indiscriminada" das taxas porque o plano não é recessivo.
O candidato ganhou o apoio do diretor-superintendente da Samello, Wilson Mello. O empresário disse que doar recursos à campanha tucana, mas não revelou quanto. A Samello é uma das maiores fábricas de calçados de Franca.
FHC ficou cerca de quatro horas na cidade. O PSDB teve que adiar, por falta de tempo, um corpo a corpo pelas ruas de Franca.
FHC disse que o adiamento foi provocado pela visita a Barretos (438 km a nororeste de São Paulo), e pela última sessão do Congresso revisor.
Em Barretos FHC disse que a revisão foi "uma perda de tempo para o país." Para ele, o debate sobre a revisão foi "mal-colocado".
À tarde, FHC fez campanha a pé pelo calçadão. Acompanhado do candidato ao governo estadual, Mário Covas, e ao Senado, José Serra, FHC apertou a mão de 208 pessoas, das 13h30 às 14h20.
O candidato parou em uma loja de roupas country para experimentar um chapéu de boiadeiro, em homenagem à cidade, considerada a capital nacional da festa de peão.
FHC desistiu do chapéu porque ficou grande em sua cabeça. "Esse não serve. Minha cabeça não é tão grande assim", disse.
O candidato tranquilizou o tropeiro Domingos Mega, dono de uma companhia de rodeio, que afirmou "ter ouvido" dizer que se Lula ganhar a eleição vai acabar com as festas de peão no país.
"Pode ficar tranquilo, que eu não vou deixar. Vamos ganhar a Presidência e não vamos permitir isso", disse o candidato.

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