São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Empresários insistem na reforma em 95

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, diz que a indústria paulista não vai aceitar a "morte definitiva" da revisão constitucional.
"Esperamos a ressureição do Congresso revisor em 1995", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Moreira Ferreira culpa o Congresso pelo fracasso da revisão constitucional, "a mais amarga das decepções que a indústria paulista teve neste ano".
Ele fez essa declaração em encontro com o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, na semana passada, em São Paulo.
Para Moreira Ferreira, a atual legislatura do Congresso preferiu ignorar a sociedade brasileira, "dando as costas à nação". Ele diz que essa mesma nação poderá dar um tiro nas costas dos políticos, não os reelegendo.
O presidente da Fiesp atribui à "pouca influência dos empresários sobre o Congresso" a frustração da classe com a revisão.
Ele fez essa afirmação em almoço, semana passada, com o subsecretário do Tesouro dos EUA para Assuntos Internacionais, Lawrence Summers, na Fiesp.
Para Moreira Ferreira, os empresários, que dedicaram anos de estudo aos vários temas da revisão, não foram "levados a sério".
Multinacionais
O presidente da Hoechst do Brasil, Claudio Sonder, disse que o empresariado estrangeiro no país "nunca vai desistir" da revisão constitucional.
Sonder, que assume no fim do mês o cargo de diretor da divisão de plásticos e derivados da matriz da Hoechst, na Alemanha, disse que as câmaras de comércio européias no Brasil vão "continuar levantando a bandeira da revisão".
Ele disse que o clima eleitoral desse ano foi a "vertente dominante" do fracasso da revisão.
Sonder acredita, porém, que no próximo Congresso vai haver "vontade política" para a revisão. "É uma questão de maturação".
O diretor da Câmara Americana de Comércio e presidente da Oracle, Zeke Wimert, qualificou de "péssimo" o fracasso da revisão.
Ele disse que, de acordo com estudos da Câmara Americana, o país perdeu investimentos de US$ 24 bilhões na área de telecomunicações.
"Os investimentos viriam para o país se o Congresso revisor tivesse permitido a participação do capital estrangeiro no desenvolvimento das telecomunicações", disse.

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