São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Testemunha de Aragão prejudica sua defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O tesoureiro do Diretório do PMDB em Porto Velho (RO), Nerival Rodrigues Pedraça, afirmou que recebeu US$ 1,8 milhão do senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO) em 1992.
O dinheiro, para ser gasto em campanha política, teria sido entregue semanalmente em sacos de papel de supermercado. Pedraça depôs ontem à comissão que analisa o pedido de cassação de Aragão.
O depoimento de Pedraça foi feito a pedido de Aragão, mas acabou prejudicando a defesa do senador. O relator do processo, senador Dirceu Carneiro (PSDB-SC) quer que Aragão explique a origem do dinheiro.
Pedraça foi o coordenador financeiro da campanha do PMDB em Rondônia em 1992. O dinheiro, segundo ele, não era registrado nem contabilizado e "devia ser doação das empreiteiras".
Segundo Pedraça, Aragão administrava o dinheiro. Decidia que candidato a deputado ou prefeito deveria receber ajuda e quanto receberia.
Ronaldo Aragão foi o único senador entre os 18 parlamentares acusados de desviar dinheiro público pela CPI do Orçamento. Ele presidiu a Comissão de Orçamento em 1991, responsável pela distribuição do dinheiro público gasto pelo governo em 1992.
Até agora, a acusação mostrava que Aragão não conseguia justificar a origem de US$ 700 mil que foram parar em sua conta bancária.
"Descobrimos que há mais dinheiro que o senador vai precisar explicar de onde veio", afirmou Carneiro.
Para Carneiro, a testemunha de defesa piorou a situação do acusado. Ele diz que "há um nexo direto e absolutamente visível da consequência financeira do cargo com a doação de campanha".

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