São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Acordos dão reajuste aos salários em real

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Acordos dão reajuste aos salários em real
Trabalhadores conseguem reposição de até 41,31%
Grandes categorias profissionais terão reajuste salarial após a vigência do real, em 1º de julho.
Segundo levantamento do Dieese, acordos firmados no período da URV, desde 1º de março, prevêem reajustes ou antecipações escalonados, dividos em parcelas mensais, que ultrapassam 1º de julho.
Também a Justiça do Trabalho, no julgamento de dissídios, concedeu reajustes parcelados.
Por exemplo, os metalúrgicos de São Paulo, Osasco e Guarulhos do setor siderúrgico, que têm data-base em novembro. Reclamando perdas na conversão, eles conseguiram 15,76% de reajuste sobre os salários já em URV: 5% em março, antes do real, mas 5% em julho e 5% em agosto.
No caso dos trabalhadores da distribuição de gás de São Paulo, ABC, Guarulhos e Osasco foi a Justiça do Trabalho que determinou antecipações de 5% em junho e 5% em julho, além de estabilidade no emprego por 90 dias.
Antonio Prado, coordenador de produção técnica do Dieese, não acredita que os reajustes ou antecipações após 1º de julho sejam capazes de gerar inflação em real.
"A inflação resultante do aumento salarial e do consumo só aconteceria se não houvesse capacidade ociosa da indústria."
Segundo Prado, diferentemente do que aconteceu nos demais planos de estabilização, a reação dos trabalhadores contra as perdas salariais foi imediata desta vez.
"Como a URV cristalizou perdas passadas e, num primeiro momento, só mexeu nos contratos salariais, as negociações e greves por reajustes começaram logo no mês de implantação da 2ª fase do plano, em março", afirmou.
Há acordos que dão 41,31% de reajuste, dividido em quatro parcelas, como o assinado pela Máquinas Atlântida, de São Paulo.

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