São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Comprar imóvel é alternativa de longo prazo

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Comprar imóvel –ativo que fica ileso na troca da moeda- representa uma boa opção de investimento, mas apenas para aqueles que pretendem ter ativos com retorno a longo prazo.
Hoje, os preços de imóveis ainda estão baixos em relação ao patamar praticado pelo mercado até 1990.
Os preços tendem a continuar se recuperando –quadro que acena uma boa valorização para os imóveis.
"Quem puder esperar em torno de cinco anos para revender um imóvel, ganha em rentabilidade na comparação com outros tipos de investimento", diz Lincoln Jorge Marques, 37, consultor imobiliário da Integral.
Marques não indica a aquisição de imóveis para investidores que necessitam de retorno financeiro a curto prazo.
Dependendo da situação que o mercado imobiliário estiver enfrentando, quem comprar um imóvel e vendê-lo após um pequeno período de tempo, pode até perder dinheiro.
Esse tipo de investimento apresenta baixa liquidez especialmente em períodos de crise econômica. Ou seja, em alguns casos o imóvel pode demorar até mais de um ano para conseguir ser negociado.
Caso o proprietário tenha pressa em fechar negócio, provalmente terá que ceder no preço pedido.
Por outro lado, imóvel é um investimento com lastro real –que além de sua valorização, pode proporciar rendimento antes da venda (com aluguel por exemplo).
Marques diz que os imóveis também podem ser um ótimo investimento para quem possui um grande volume de capital e pretende distribuí-lo em uma "cesta de investimentos".
"O ideal para investidores com mais de US$ 1 milhão nas mãos, por exemplo, é diversificar as aplicações", afirma.
Segundo Marques, parte desse montante poderia ser aplicado na compra de imóveis.
O restante poderia ir para ativos com liquidez a curto prazo (como caderneta de poupança ou fundo de commodities) e médio prazo (como ouro, outro investimento que fica ileso na troca de moeda).
Preço baixo
Quem se decidir pelo investimento em imóveis hoje ainda deve conseguir preços baixos, comparados aos valores praticados em dólar pelo mercado até 90.
Em 91 e 92, durante o governo Collor, os preços do imóveis caíram como reflexo da crise na economia que atingiu as vendas do setor imobiliário.
"A partir de 93, os valores em dólar vêm registrando um aumento gradativo", diz Marques.
Segundo ele, essa recuperação nos valores ainda não se compara ao patamar praticado até a época pré-Collor.
"Isso mostra que os preços ainda estão baratos e que valorização deve prosseguir", diz. Os novos lançamentos também devem ser vendidos por valores mais altos.
Como em São Paulo os terrenos para incorporação estão cada vez mais escassos e caros, essa aumento na despesa das empresas também será cobrada do consumidor.
Além do preço alto dos terrenos, há ainda a pressão do custo da mão-de-obra e dos materiais de construção (que em alguns meses de 94 subiu acima da inflação).

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