São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994
Próximo Texto | Índice

FHC afirma que vai evitar ataques aos seus adversários

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PSDB à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, disse ontem em Campos (a 270 km do Rio) que não vai mais fazer acusações pessoais na campanha eleitoral.
FHC disse ter gostado de entrevista concedida em Brasília anteontem por Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o candidato do PT disse que não faria acusações a adversários.
"Acho ótimo, muito bom. Gostei da afirmação do Lula e farei a mesma coisa", disse FHC em entrevista durante visita ao município de Campos.
Mulatinho
O candidato dos tucanos reclamou que fica falando "uma hora" sobre assuntos brasileiros e, se disser "qualquer coisinha pequenininha sobre um assunto lateral, aparece no jornal".
Fernando Henrique negou que tivesse dito em campanha, na última terça-feira, que "é mulatinho" e tem "o pé na cozinha". Ele afirmou que isso foi "exploração política".
A afirmação feita pelo presidenciável naquele dia, em Mauá (região do ABCD paulista), foi gravada e causou protestos de grupos do movimento negro.
Ontem, FHC afirmou que alguém falou a expressão "pé na cozinha" ao seu lado e "puseram (em sua boca) de maldade". Ele disse que sempre denunciou o preconceito racial, inclusive em livro.
Acompanhado do candidato ao senado pelo PSDB do Rio, Arthur da Távola, FHC chegou ao aeroporto de Campos de jatinho às 11h40. Eles vinham de Brasília.
Junto do candidato a governador do Rio dos tucanos, Marcello Alencar, correligionários do PSDB e do PP promoveram carreata de oito quilômetros até o centro da cidade.
Organizadores calcularam em cerca de 200 carros, a Polícia Militar, em cem. FHC, Alencar e Távola foram num carro de cabine dupla fechada, sem serem vistos pelos transeuntes.
Batedores da PM e da Polícia Rodoviária vinham abrindo a carreata. Um carro do Corpo de Bombeiros seguia o veículo onde estavam FHC, Alencar e Távola.
Em ruas do centro, fizeram pequena caminhada, sempre cercados de pequeno grupo de transeuntes. A maioria ao redor parecia indiferente à caminhada dos políticos.
FHC abraçou pessoas, beijou crianças e chegou a dar autógrafo numa nota de cruzeiro real estendida por um homem. Ele parou em dois bares, para tomar café e água gelada.
Bonitão
Uma mulher lhe deu um beijo no rosto. Outra lhe chamou de "bonitão". FHC riu e apontou para o candidato a deputado federal (PSDB) Ronaldo Cézar Coelho: "Bonitão é ele".
Alguns metros depois, FHC entrou na sede do Clube de Diretores Lojistas, onde deu entrevista e, logo depois, falou alguns minutos para pequena platéia.
Ele disse que foi prestigiar Campos, no norte fluminense, por considerar fundamental a bandeira da "descentralização administrativa, política e econômica".
Campos tem cerca de 300 mil eleitores e economia voltada basicamente para a indústria açucareira e de cerâmica.

Próximo Texto: O mundo gira; Engenharia de obra feita; Alerta vermelho; Jingle de campanha; Aos pares; Noiva da vez; A três; Bem passada; Fundo do baú; Falando grosso
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.