São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
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Prédio do centro terá fachada restaurada Construção é a mais rica do decô em SP VICTOR AGOSTINHO
Hoje funciona no local a Secretaria de Estado dos Negócios de Esportes e Turismo (SET). Mas no dia 1º de janeiro de 1939, quando foi inaugurado, era a sede do Banco de São Paulo. Faz um ano que a fachada do edifício está coberta por tapumes. Os principais problemas do prédio são os descolamentos dos adereços que, por causa das infiltrações de água, ameaçam despencar. O engenheiro Marcelo Amarante Mendes Filho, do escritório Edo Rocha, responsável pelo diagnóstico de restauração, conta que todos os ornamentos do prédio foram feitos sob encomenda. As maçanetas, por exemplo, têm as iniciais do Banco de São Paulo, que naquela época pertencia à família Almeida Prado. "Este é o único prédio paulistano que consta da documentação internacional sobre o art déco que pesquisamos em Bolonha (Itália) e em Paris (França)", diz Mendes Filho. O edifício projetado por Álvaro Botelho inaugurou uma nova concepção de casa bancária, numa época que a verticalização desse tipo de atividade não era convencional. O mármore, o granito e o bronze estão presentes em quase todos os lugares dos 15 andares do prédio. A maioria dos materiais é importada. Assim como os dois cofres de 50 m2 que abrigam hoje o museu Adoniram Barbosa, trazidos da Alemanha. O 4º andar, onde fica instalado o gabinete do secretário Fausto Camunha, é o mais requintado. A sala principal é de madeira entalhada, incrustada de painéis em couro trabalhado, assinado pelo Liceu de Artes e Ofício. Os lustres são de alabastro (rocha branca, translúcida). O secretário Camunha não sabe ao certo quanto tempo vai demorar a restauração, mas o engenheiro Mendes Filho acredita que em quatro meses a fachada poderá ser concluída. "Se não faltar dinheiro", diz o engenheiro. (VA) Texto Anterior: Geometria inspirou o estilo Próximo Texto: Parques distribuem mudas no Dia do Meio Ambiente Índice |
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