São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994
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Rossi acaba com o sonho

ANDRÉ FONTENELLE

Nunca, desde 1966, a seleção brasileira se vira envolvida em clima de otimismo tão grande quanto em 82.
Comandado por Telê Santana, o Brasil se reconciliou com o futebol ofensivo e chegou à Espanha como favorito, ao lado da Alemanha Ocidental.
Apesar do 2 a 1 complicado contra a URSS – que saiu na frente com um gol de Bal, em falha de Valdir Peres–, as vitórias (4 a 1 sobre a Escócia, 4 a 0 sobre a Nova Zelândia, 3 a 1 sobre a Argentina) pareciam confirmar esse favoritismo.
Luisinho era "o melhor quarto–zagueiro do mundo"; Éder , "o canhão da Copa" ; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico se entendiam perfeitamente no meio–campo.
A partida contra a Itália – que fazia má campanha, apesar de uma boa vitória sobre a Argentina –, parecia uma formalidade.
O empate bastava ao Brasil para ir à semifinal.
Mas, quando Paolo Rossi abriu o placar no estádio de Sarriá, no quinto minuto de jogo, a torcida percebeu que aquele jogo seria diferente.
Sócrates empatou aos 12min; Rossi fez 2 a 1 aos 25 min. Falcão empatou aos 23 min do segundo tempo; Rossi fez 3 a 2 a 15 minutos do fim da partida.
O Brasil ainda tentou uma reação desesperada. Zoff defendeu em cima da linha uma cabeçada de Oscar.
Os italianos ainda tiveram um gol, marcado por Antognoni, anulado. Mas o jogo estava decidido.
A "tragédia de Sarriá" foi a derrota mais sentida pelos torcedores desde o "Maracanazo" da Copa de 50.
(AFt)

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