São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994
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Bancos aceitam encomendas de real

NILTON HORITA
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos bancos vai aceitar pedidos antecipados de fornecimento de reais. Na fila das encomendas da nova moeda entram principalmente empresas de ônibus, cinemas, supermercados, drogarias, padarias, postos de combustíveis e, também, os clientes dos bancos.
As pessoas físicas poderão requisitar as cédulas nas agências, informalmente. Para isso, devem negociar com os gerentes.
O pedido prévio é uma das formas encontradas pelos bancos para reduzir filas nos bancos nos dias 1º, 2 e 3 julho, quando haverá a troca de cerca de US$ 3,2 bilhões de cruzeiros reais em reais.
O motivo do receio de congestionamento nas agências parte, principalmente, dos grandes bancos de varejo, como Bradesco, Itaú e Bamerindus.
É que as regras estabelecidas pelo governo determinam que os bancos atendam a todas as pessoas que quiserem trocar moeda, independente de serem clientes ou não.
No caso das pessoas físicas, o tratamento será feito caso a caso. "É uma condição de improviso de cada gerente", diz Luiz Fernando Farias, diretor do Itaú.
Ao avisar com antecedência quanto se quer de reais, o cliente poderá fugir da fila e o banco controla melhor o seu caixa.
Para Joaquim Francisco de Castro Neto, vice-presidente de marketing do Unibanco, os clientes de maior poder de renda terão este tratamento, mas o cliente comum terá de enfrentar a fila.
"Na verdade, nosso esforço é para que ele se dirija aos caixas eletrônicos para fazer a troca de dinheiro", conta Castro Neto.
O Bradesco, maior banco privado do país, está distribuindo minutas para clientes do setor de varejo. "Ele pede quanto vai querer de reais e nós entregamos antecipadamente", afirma Ageo Silva, vice-presidente financeiro.
Na minuta, o cliente deve se comprometer a não dar curso aos reais antes do dia 1º de julho.
A principal preocupação dos bancos é esclarecer a população de que há várias formas de converter seus cruzeiros reais em reais, sem se dirigir à agência bancária.
"O comércio vai nos ajudar no processo de troca de moeda", afirma Silva. "Além disso, o cliente precisa saber as várias formas de fugir da fila nestes dias."

LEIA MAIS sobre troca de moeda na pág. 2-11

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