São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 |
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Denúncias criam foco de tensão na fronteira
ANDRÉ LOZANO
Segundo ele, o desaparecimento ocorreu depois de ataques de aviões da Guarda Nacional da Venezuela a pistas de pouso clandestinas construídas em território venezuelano. O primeiro ataque teria ocorrido em 9 de maio na pista do Taboca. Nesse dia, o garimpeiro Claodeorelo Aparecido Ravazzi, 29, teria sido baleado pelo Exército venezuelano e desaparecido. Dois dias depois, a Guarda Nacional teria destruído a pista do Dicão e levado presos os garimpeiros Pintado e Francisco Pereira de Souza, o Macuxi. A operação da Guarda Nacional da Venezuela de destruição das pistas de pouso usadas por garimpeiros é oficial e feita com o conhecimento do Comando Militar da Amazônia e do Itamaraty. O Comando da 5ª Divisão de Infantaria de Selva do Exército venezuelano informou em abril o Exército brasileiro sobre suas investidas contra garimpeiros sediados irregularmente em seu território. O Comando Militar da Amazônia divulgou nota oficial à imprensa na qual informava ter conhecimento das ações. No último dia 22, a cozinheira Sueli Gomes da Silva contou à Folha que esteve presa com dois dos garimpeiros desaparecidos. Ela afirmou que foi espancada por soldados da Guarda Nacional venezuelana e que os garimpeiros Ravazzi e Souza foram torturados. Altino Machado acredita que poderá haver reação dos garimpeiros. O deputado venezuelano Walter Marques disse que os garimpeiros "estão perturbando e criando conflito entre o Brasil e a Venezuela". Ele é presidente do Conselho de Direitos Humanos da Venezuela. O Itamaraty também avalia que o problema não provocou estremecimento no relacionamento entre Brasil e Venezuela. Texto Anterior: Incidentes chegam à Colômbia Próximo Texto: 'Progressistas' e 'conservadores' terão espaço Índice |
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