São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paralisação 'corta a onda' de calouros

LARISSA PURVINNI
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve nas universidades estaduais de São Paulo –USP, Unesp e Unicamp– conseguiu acabar com a empolgação dos calouros mais animados.
A paralisação, que dura 22 dias na USP e na Unesp e 26 dias na Unicamp, dispersou a turma da faculdade e acabou com a temporada de festas característica do primeiro semestre.
Outra consequência apontada pelos "bichos" é a quebra no ritmo de estudo.
"É difícil estudar para uma prova que você não sabe quando vai acontecer", diz Roberto Nogueira Villela, 18, calouro de engenharia de minas da USP.
"Você acha que vai entrar em um paraíso e só tem problema", diz Eduardo Aoun Tannuri, 17, estudante da Escola Politécnica, primeiro colocado no vestibular 94 da Fuvest.
Para dificultar ainda mais a vida dos calouros, o "bandejão" (restaurante universitário que serve refeições subsidiadas) e a linha de ônibus circular da USP não estão funcionando.
A estudante de farmácia e bioquímica da USP, Tânia Lucki de Souza, 19, diz que continua tendo algumas aulas e precisa comer em uma lanchonete e pagar CR$ 3 mil (o "bandejão" custa CR$ 400).
A irmã de Tânia, Márcia Lucki de Souza, 20, caloura de engenharia de alimentos, diz que o campus da Unicamp está vazio. "Até as Calouríadas (competições esportivas realizadas entre calouros) foram interrompidas."
Segundo ela, as festas acabaram. "De vez em quando o pessoal da classe faz alguma festa, mas nunca mais aconteceram as que reúnem todos os cursos."
Ela diz que o clima de desânimo é geral. "Muita gente pensou em desistir do curso. Conheço gente que veio do Paraná estudar em Campinas e já falou em largar o curso por causa da greve." (LP)

Texto Anterior: Rede permite consulta em casa
Próximo Texto: Fuvest tem lista de 130 livros
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.