São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Policiais e traficantes trocam tiros em favela

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

Oito policiais civis da DRF (Divisão de Roubos e Furtos) trocaram tiros ontem durante cerca de 40 minutos com traficantes da favela Pavão-Pavãozinho (Ipanema, zona sul do Rio).
Os policiais disseram ter ido à favela para prender o suposto líder da quadrilha que, no último dia 20 de março, assaltou a agência do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais), no centro do Rio.
Naquele dia, um domingo, cerca de dez homens renderam um vigia e arrombaram metade dos 416 cofres do banco.
A diretoria do Bemge não informou quanto foi roubado no assalto.
Segundo informações da chefia do setor de furtos da DRF, os policiais chegaram à favela por volta das 5h30 de ontem e foram recebidos a tiros por traficantes.
Um policial, que se identificou como inspetor Humberto, disse à Folha que a informação sobre o esconderijo do líder da quadrilha chegou à polícia na noite de sexta-feira.
Ontem, durante o tiroteio que durou cerca de 40 minutos, os policiais civis chegaram a pedir ajuda pelo rádio à Polícia Militar.
A Polícia Civil também enviou reforço e um helicóptero sobrevoou a favela.
O tráfico na Pavão-Pavãozinho, segundo a polícia, é comandado por um homem conhecido como Fabinho.
Quando cinco carros com PMs do 19º Batalhão (Copacabana, zona sul) chegaram ao alto do morro, os policiais civis disseram que a situação já estava sob controle e dispensaram a ajuda.
"É estranho que eles tenham entrado num morro perigoso desses apenas com oito policiais", disse o comandante do 19 BPM, tenente coronel Reginaldo Alves Pinho.
Ninguém ficou ferido na operação e os policiais civis deixaram a favela apenas com um saco cheio de cápsulas de balas disparadas durante o tiroteio.
Duas pessoas foram detidas e liberadas em seguida. Antes de deixar o morro, os policiais civis ainda tiveram que trocar o pneu de um dos carros, furado durante a operação.
Moradores de Ipanema disseram que ficaram assustados com o barulho dos tiros e que alguns prédios nas proximidades da favela já foram atingidos por balas perdidas.

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