São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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O bom motorista

LUIZA YABIKU

Apesar do uso do cinto de segurança estar crescendo no Brasil (onde seu uso é obrigatório em todo o território brasileiro, pelo Código Nacional de Trânsito), seu uso efetivo está aquém do desejado.
A conscientização do uso, movido pelas campanhas, tem sido excelente, e seu uso tende a crescer, ainda que acompanhado de discussões e polêmicas.
Porém, o baixo índice de uso não é privilégio só nosso, terceiro-mundistas. Os Estados Unidos da América não conseguiram atingir ainda a marca dos 85% de uso que alguns países já atingiram.
A fim de prosperarem nesse assunto, estudiosos norte-americanos estão desenvolvendo várias pesquisas nesse sentido. São temas comportamentais, legislação, demografias, sócio-economia etc., sendo que alguns resultados foram divulgados na revista "Accident Analysis & Prevention", vol. 25, nº 6.
A título de ilustração, aqui vão algumas das conclusões a que chegaram:
1) É menos provável que os motoristas jovens usem cinto de segurança do que os motoristas idosos.
2) Mulheres usam cintos de segurança mais que os homens.
3) O uso do cinto de segurança é maior entre as pessoas com alto nível de educação e bom nível sócio-econômico do que entre aquelas de menor acesso à educação e de baixo poder econômico.
4) Aqueles que não usam o cinto de segurança tendem a dirigir carros mais velhos do que aqueles que usam.
5) Os usuários de cinto de segurança tendem a ser mais saudáveis (praticam cultura física e atividades esportivas) e estão mais satisfeitos com seu trabalho e a sua vida em geral.
6) Os não-usuários de cinto de segurança tendem a manifestar outros comportamentos de alto risco: têm mais convicções para cometer infrações e estão mais propensos a se envolverem em acidentes perigosos.
Se traçarmos o perfil do motorista que usa o cinto de segurança, pelo menos nos Estados Unidos, com base nestas conclusões, teremos:
"O motorista que usa o cinto de segurança certamente é uma mulher de meia-idade, com alto nível de educação e poder econômico, dirige um carro novo, pratica atividades saudáveis, como esporte e cultura física, está realizada no seu trabalho e de bem com a vida e jamais comete atitudes de alto risco ao volante."

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