São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Índices das Bolsas de Valores disparam

RODNEY VERGILII
DA REDAÇÃO

O índice da Bolsa paulista registrou alta ontem pelo 14º pregão consecutivo. O indicador de preços do mercado acionário paulista subiu ontem 7,8% e o da carioca (Senn) teve valorização de 8,3%.
As Bolsas estão disparando com a proximidade da troca da moeda para o real. Nos últimos 14 pregões já houve uma alta acumulada real (descontada a variação do dólar comercial) de 47%.
A ampliação nos prazos mínimos de aplicação em Certificados de Depósito Bancário prefixados de 30 para 90 dias provocou o redirecionamento dos recursos no mercado financeiro.
As Bolsas de Valores abocanharam parte dos recursos e o volume de negócios cresce. Aumenta também a captação das cadernetas e dos fundos de commodities.
Ontem, a Bolsa paulista movimentou US$ 255 milhões, o maior volume desde o último dia 19 de maio (US$ 263 milhões).
O dinheiro para as Bolsas está vindo mais dos investidores domésticos, que estão diversificando suas aplicações. Há uma antecipação de movimento, esperado até então para julho, de saída de dinheiro da renda fixa para o mercado de ações.
Houve entrada de dinheiro estrangeiro ontem também nas Bolsas. A economia está crescendo, apesar da inflação.
A procura por dólar no paralelo continua intensa. O ágio do dólar no paralelo voltou a aumentar. Foi de 0,18% na última sexta-feira e de 0,74% ontem.
Os juros reais elevados e as intervenções diárias do Banco Central seguram as cotações.
Há expectativa hoje de lançamento de Letras do Banco Central em leilão. São papéis pós-fixados de prazos de 28 e 35 dias. Os títulos deverão ser procurados principalmente por administradores de fundos de investimento.
(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,582% no último dia 1º, correspondente a 39,04% no mês. Segundo a Andima, a taxa média do over foi de 56,47% ao mês, significando rendimento diário de 1,88%, projetando rentabilidade de 47,94% para o mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 56,44% e 56,47% ao mês por um dia.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 7 rendem 43,7753%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 15% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 56,45% a 56,60% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 16% a 18% ao ano mais TR.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 7,8%, fechando com 29.086 pontos e volume financeiro de CR$ 503,51 bilhões, contra CR$ 399,958 bilhões no pregão anterior. Rio: elevação de 8,3% (I-Senn), fechando com 111.184 pontos e volume financeiro de CR$ 95,7 bilhões, contra CR$ 38 bilhões na última sexta-feira.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.768,52 pontos, com baixa de 3,70 pontos em relação ao dia anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.387,40 pontos, com elevação de 7,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.726,65 pontos, com queda de 227,54 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 1.975,40 (compra) e CR$ 1.975,42 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.941,51 (compra) e CR$ 1.941,53 (venda). "Black": CR$ 1.970,00 (compra) e CR$ 1.990,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.940,00 (compra) e CR$ 1.947,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.900,00 (compra) e CR$ 1.960,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,90%, fechando a CR$ 24.150,00 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5081, contra US$ 1,5065 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6698 marco alemão, contra 1,6665 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 105,38 ienes, contra 105,07 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 380,40.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 47,90%.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 41,89%.
O mercado futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 32.400 pontos, o que projeta lucratividade de 43,29%.

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