São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Ex-presidente venezuelano se diz adaptado à prisão e nega corrupção

DA "REUTER"

O preso nº 368, mais acostumado à pompa palaciana do que aos limites estreitos da prisão de El Junquito, em Caracas (Venezuela), não se considera derrotado.
Após tentativas de golpe, protestos, impeachment e expulsão do partido, o ex-presidente Carlos Andrés Pérez aguarda na prisão julgamento sob acusação de corrupção.
Pérez, 71, disse que poderia ter fugido, mas optou por limpar seu nome das acusações de desfalque e malversação de dinheiro público. "Eu assumo minhas responsabilidades totalmente."
A prisão, na favela El Amparo, fica a 9 km do palácio presidencial de Miraflores, onde ele governou de 1974 a 1979 e de 1989 a 1993.
Pérez vive numa cela de 4x3 metros. Dorme numa cama de solteiro e tem uma TV, um telefone celular, um aparelho para medir a pressão sanguínea e um ventilador.
Desde sua prisão, em 18 de maio, ele diz ter recebido mais de 2.000 visitantes.
Um colega de prisão é Alejandro Izaguirre, seu ex-ministro do Interior, que enfrenta acusações semelhantes. "Não posso dizer que me sinto confortável ou feliz, mas já me adaptei."
O Senado o suspendeu do cargo em maio de 1993, depois que o Supremo decidiu haver evidências suficientes para processá-lo.
Ele é acusado de usar dinheiro de um fundo secreto do governo para comprar US$ 17 milhões a uma taxa preferencial e depois vendê-los no mercado livre, com lucro de US$ 10 milhões.
Seus advogados alegam que ele é proibido por lei de revelar como o dinheiro foi usado, porque veio de um fundo secreto.

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