São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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Mínimo perde 10,8% após a URV

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A aceleração dos preços da cesta básica retirou do cenário de julho, primeiro mês do real, a possibilidade de explosão do consumo. A conclusão é de estudo da consultoria Mendonça de Barros & Associados.
Com o impacto do custo da cesta básica (Procon) e o das tarifas públicas, o poder de compra do salário mínimo de junho ficou 10,8% menor do que o salário médio de novembro a fevereiro (meses usados na conversão dos salários à URV).
Esta perda, segundo Fernando Montero, consultor da MBA, será contrabalançada em julho. O salário mínimo ganhará 14,6% com o fim do imposto inflacionário.
Imposto inflacionário é como os economistas chamam a perda de poder aquisitivo do dinheiro que fica sem rendimento (no bolso ou na conta corrente).
Ele calcula que o imposto inflacionário sobre o papel-moeda (dinheiro no bolso) é de US$ 9 bilhões ao ano e, sobre depósitos à vista (conta corrente), de US$ 12,7 bilhões.
"O fim do imposto sobre papel-moeda será absorvido pelos assalariados de baixa renda", afirma, para depois acrescentar: "Minha empregada anda com mais dinheiro no bolso do que eu."
Mas serão os bancos que vão se apropriar da maior parte do imposto sobre as contas correntes, com o aumento de tarifas bancárias.
Montero diz que deve ser visto com cautela o ganho do salário mínimo. "O degrau sobre junho, de 14,6%, é forte, mas ilusório. O ganho é de apenas 2,3% sobre o quadrimestre novembro/fevereiro." O grau de crescimento do consumo dependerá dos preços da cesta básica.
LEIA MAISsobre consumo e crédito na pág. 2-4

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