São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994 |
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F-1 tenta resgatar o espetáculo no Canadá
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
E se a questão da segurança tem sido contornada satisfatoriamente, outro problema ainda está longe de uma solução: como resgatar o espetáculo da categoria e reconquistar o público. O que dizer de um campeonato que, atualmente, tem no austríaco Gerhard Berger o piloto com mais vitórias (oito no total, a última delas em 1992, no Grande Prêmio da Austrália). Berger é conhecido mais por suas trapalhadas e colisões do que por manobras arrojadas e ultrapassagens. Uma diferença brutal em comparação a anos anteriores, quando pilotos do quilate de Alain Prost e Ayrton Senna esgrimavam por pontos do Mundial. Na última sexta-feira, a categoria respirou com a qualificação de Jean Alesi, como o mais rápido na primeira sessão de treinos oficiais. O piloto francês da Ferrari, com um desempenho impressionante, foi o mais rápido também nos treinos livres da manhã e chegou a ser superado à tarde por Schumacher. Logo depois, sobrepujou o alemão em um novo giro, que chegou a ser comemorado com aplausos na sala de imprensa do autódromo candadense. A Ferrari andou tão bem sob as novas determinações da FIA (Federação Internacional de Autombilismo), que chegou a gerar dúvidas nas outras equipes. Uma movimentação anormal após os treinos de anteontem era percebida nos boxes da Williams, McLaren e Benetton. A questão a ser respondida era se a escuderia italiana estaria fazendo uso de um combustível especial. A FIA escalonou por GPs as mudanças no regulamento, visando uma maior segurança nas corridas, após os acidentes de Ayrton Senna, Roland Ratzenberger, em Imola, e Karl Wendlinger, em Mônaco. E para o Canadá, duas das mudanças interferiram na potência dos motores: a eliminação do "air box", tomada de ar que força uma mistura oxigênio-combustível mais potente, e o uso de combustível comum. Apesar da inclusão de um chicane antes da curva do cassino, a comparação dos tempos deste ano com o grid definitivo do ano passado mostra claramente a perda. Em 93, Alain Prost foi o pole com 1min18s987. Michele Alboreto fez o pior tempo, que não o qualificou para a corrida, 1min24s382. Anteontem, a pole provisória de Alesi foi obtida com o tempo de 1min26s277. Mas mesmo que isso seja um sinal de que Michael Schumacher não é invencível, a F-1 ainda está atrás do brilho perdido. Para tanto, espera que o próximo GP, dia 3 de julho, em Magny Cours, na França, confirme a presença do inglês Nigel Mansell correndo no lugar de Senna na Williams. NA TV GP do Canadá, às 15h, na Globo Texto Anterior: Sucesso comercial do time depende das pistas Próximo Texto: PIT STOP Índice |
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