São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Ceará faz "arrastão" contra dengue

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A Secretaria de Saúde do Ceará e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) promoveram ontem um "arrastão" pelas praias de Fortaleza tentando engajar a população no combate à epidemia de dengue que atinge a cidade.
A secretária de Saúde do Ceará, Ana Maria Cavalcante, disse que, desde o início do ano, a epidemia já atingiu cerca de 300 mil pessoas em Fortaleza.
Quatro pessoas morreram com sintomas da doença neste ano. A dengue é uma doença virótica transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Seus sintomas são febre, dores musculares e mal-estar. Existem quatro tipos da doença. Um deles, o hemorrágico, pode provocar a morte de seus portadores.
A Secretaria de Saúde e a Fundação Nacional de Saúde anunciaram uma "operação de guerra" no combate à dengue. Serão mobilizados 1.500 homens e 30 caminhões borrificadores.
Segundo ela, a operação inclui também uma campanha incentivando a população a procurar orientação médica no surgimento dos primeiros sintomas da doença.
Ana Maria diz que a iniciativa visa fazer com que os casos de dengue hemorrágica sejam tratados desde o início.
"Vamos usar a tecnologia que reduziu a média de 200 casos diários de cólera, registrada em fevereiro, para três casos, registrados na semana passada", disse.
Segundo Ana Maria, a epidemia foi provocada pelas chuvas que caíram na cidade nos últimos seis meses.
"O mosquito prolifera-se com facilidade nos pequenos reservatórios de água", disse a secretária.
O diretor regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Hascalon Rodrigues, afirma que a epidemia explica-se também porque o programa de combate à dengue estava "praticamente" desativado desde 1990.
Segundo ele, todo o pessoal da Funasa foi deslocado para a campanha de combate à epidemia de cólera, que atingiu o Estado de janeiro a abril.
Segundo Rodrigues, "oficialmente" há somente 3.250 casos de dengue registrados pela Funasa.
"É que a maioria das pessoas prefere se tratar em casa e só vai para os hospitais quando a situação se agrava", disse Rodrigues.

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