São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Cartas na manga

CIDA SANTOS

A Liga Mundial dá uma parada de 44 dias para outra bola começar a rolar: a do futebol na Copa do Mundo. E todos os olhos dos jogadores da seleção de vôlei também já estão voltados para os campos dos Estados Unidos. Depois dos dois últimos jogos contra a Bulgária no final de semana, o capitão Carlão foi logo avisando que vai assistir todas as partidas da Copa.
Carlão faz algumas restrições ao meio-campo da seleção de futebol. Acha exagerada a preocupação defensiva com a escalação de Dunga e Mauro Silva. O jogador defende a velha máxima que a melhor defesa ainda é o ataque.
E cita o exemplo do vôlei. Diz que o Brasil melhorou na defesa, é verdade, mas tem como ponto forte um ataque primoroso. Carlão também lembra o basquete feminino, agora campeão mundial: uma defesa em evolução, mas um ataque fantástico com Paula, Hortência, Janeth e companhia.
No mundo do vôlei, o Brasil termina a fase de classificação com a melhor campanha dentre as 12 seleções da Liga. Os jogadores vão ter uma semana de férias, só voltam a treinar dia 20. A partir daí, o trabalho ganhará uma conotação diferente.
Em lugar da resistência, a preocupação será com a potência e velocidade dos atletas. A idéia é estar com o time a mil para os quatro dias que decidem o título da Liga, a partir de 26 de julho na Itália.
Época de decisão, época também de se tentar guardar as cartas nas mangas da camisa. Quer um exemplo? Vamos lá: sábado à noite, entrevista coletiva após o jogo entre Brasil e Bulgária. Depois de responder todas as perguntas, o técnico Bronko Gavrilov, que também fala italiano, fez questão de não sair da sala e acompanhar a entrevista do treinador brasileiro. Uma tentativa de "pescar" informações. Resultado: a entrevista de Zé Roberto Guimarães se resumiu a sucessivos "não posso falar disso, não posso falar daquilo".
Mas quem chamou a atenção foi o gigante Ganev, 2,10 m, estrela da Bulgária. Com dez quilos acima do peso –está com 115 quilos–, mostrou lentidão, mas exibiu bom-humor. Distribuiu muitos beijos: para a torcida que o vaiava e especialmente para a bola toda vez que ia sacar.
Sábado, no final do terceiro set, Ganev ganhou a cena: quis imitar Tande e arriscou um "Jornada nas Estrelas". Foi a primeira vez que deu esse saque em um jogo. É claro que errou, mas também não se importou. Saiu sorridente da quadra e achou tudo muito divertido.

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